Um dia após ser atacado por Jair Bolsonaro no vexatório discurso proferido na abertura da 74ª reunião de cúpula da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, o líder indígena cacique Kaiapó Raoni Metuktire foi recebido por parlamentares no Congresso Nacional para participar de reunião do Fórum em Defesa da Amazônia.
Em entrevista coletiva o cacique Raoni lembrou sua luta histórica pela sobrevivência dos povos indígenas e preservação do meio ambiente para seus filhos e netos.
“Todos estão voltados para a destruição do meio ambiente. Meu trabalho é pela preservação e fortalecimento do meio ambiente para todos. Bolsonaro falou que não sou uma liderança. Ele é quem não é uma liderança e precisa sair, antes que algo de muito ruim aconteça. Bolsonaro precisa sair para o bem de todos”, disse o líder indígena.
A deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), presidenta nacional do PT, manifestou solidariedade ao cacique Raoni após a agressão de Bolsonaro que, segundo ela, foi um desrespeito total com os direitos humanos e as conquistas do povo brasileiro.
“Manifesto, em nome do PT, a nossa solidariedade ao cacique Raoni e a toda população indígena deste País que foi desrespeitada por Bolsonaro na ONU. Receber Raoni no Congresso Nacional é de um grande simbolismo, mostrando que o Parlamento não concorda com a postura do presidente da República”, afirmou.
A presidenta da Associação Yamurikumã das Mulheres Xinguanas, Kaiulu Yawalapiti Kamaiurá, rebateu Bolsonaro e afirmou que o cacique Raoni é a verdadeira liderança reconhecida pelos povos indígenas.
“Raoni é símbolo de resistência e de paz. Ele nos representa. O discurso de Bolsonaro não vai tirar a liderança dele. Ele nasceu liderança e vai morrer liderança. Ninguém vai tirar isso dele. Ele tem história de vida e de luta na defesa da preservação do meio ambiente e da cultura indígena. Raoni sempre”, enfatizou.