Economia à deriva

Brasil mantém PIBinho, alta do desemprego e falta de confiança

Novo resultado decepcionante soma-se a outros indicadores pífios registrados na gestão Michel Temer
Brasil mantém PIBinho, alta do desemprego e falta de confiança

Alta do desemprego é um dos índices negativos divulgados nesta semana. Imagem: Divulgação

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,4% no primeiro trimestre de 2018. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o quarto trimestre consecutivo que o país registra o chamado PIBinho, com altas de menos de 1%.

O resultado remete ao patamar registrado no primeiro trimestre de 2011, de acordo com a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Claudia Dionisio. O único setor que “respirou” no período foi a agricultura, com 1,4% de crescimento.  Mesmo baixo, o índice é muito superior aos resultados pífios registrados por indústria e serviços, de 0,1%.

O PIBinho soma-se a mais dados negativos divulgados nesta semana. Entre eles, o aumento da taxa de desemprego e a queda da confiança empresarial ao menor nível desde novembro de 2017.

De acordo com o IBGE, o desemprego subiu pela quarta vez consecutiva no país. Aumentou 12,9 % no trimestre até abril – em números absolutos, são 13,4 milhões de desocupados. No levantamento anterior, entre novembro de 2017 e janeiro deste ano, a taxa estava em 12,2%.

Outro recuo é o do número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no Brasil. Eram 32,7 milhões de brasileiros nessa condição no trimestre até abril, queda de 1,7% em relação ao trimestre anterior. Os resultados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua.

Confiança baixa

O Índice de Confiança Empresarial, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), também teve queda: 0,6 ponto em maio, indo para 92,8 pontos.

“A confiança empresarial recua pelo segundo mês seguido, sob influência da insatisfação com o ritmo lento da economia, as incertezas políticas e as piores perspectivas para o cenário externo”, disse em nota o superintendente de Estatísticas Públicas do FGV IBRE, Aloisio Campelo Jr.

Segundo ele, a coleta de informações encerrou-se em 23 de maio, não dando tempo para captar os efeitos da greve dos caminhoneiros. Mas Campelo acredita ser possível que os desdobramentos econômicos e políticos desses protestos levem a uma piora das expectativas em junho.

 

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