Brasil será o 2º em aumento de produção de petróleo

País deverá  produzir 5,6 milhões de barris/dia até 2035.

Ao mesmo tempo em que o Congresso Nacional debate o destino dos royalties do petróleo brasileiro das camadas pré e pós sal, um estudo da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado em Paris (FR), nesta terça-feira (13/11), revela que o Brasil terá o maior crescimento na produção de petróleo fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) nas próximas duas décadas. O estudo “Perspectivas da Energia Mundial 2012”,  prevê que a produção brasileira diária de petróleo, que foi de 2,2 milhões de barris em 2011, deverá atingir 4 milhões de barris por dia em 2020 e continuar aumentando até atingir 5,7 milhões de barris diários em 2035, o que deixa a produtividade brasileira menor apenas que a do Iraque, cujo volume deve aumentar em 5,6 milhões de barris por dia no período, atingindo 8,3 milhões de barris diários.

A boa perspectiva para a produção de petróleo no Brasil tem relação direta com as descobertas das reservas do pré-sal. “O Brasil oferece brilhantes perspectivas para a produção de petróleo fora da OPEP. Os campos do pré-sal devem guiar a maior parte do crescimento da produção brasileira”, diz o estudo, que destaca as perspectivas do desempenho do País em um quadro intitulado “Boom de petróleo no Brasil ganha ritmo”.

Ainda de acordo com a AIE – que afirma ter previsões “mais conservadoras” do que as da brasileira Petrobras – a produção brasileira de petróleo deverá, em 2035, representar mais do que o dobro da mexicana, estimada em 2,6 milhões de barris diários nesse período.

Projeto de lei aprovado na semana passada pela Câmara dos Deputados trata dos contratos de exploração do pré-sal e da distribuição dos royalties, garantindo que uma parcela da riqueza também seja investidas nos estados não produtores. De acordo com o texto, 50% da arrecadação irão para composição do Fundo Social, uma espécie de poupança do País, a exemplo do que foi feito pela Noruega. O restante da riqueza seria investido em várias áreas como infraestrutura. A presidenta Dilma Rousseff, no entanto, prometeu ainda insistir em investir toda esta totalidade na educação.

EUA

O estudo da AIE acrescenta que os Estados Unidos deverão se tornar o maior produtor mundial de petróleo até 2017, ultrapassando a Arábia Saudita até meados da década de 2020, por intermédio da  exploração crescente de petróleo e gás de xisto e também do chamado “petróleo leve” (light tight oil). Atualmente, os Estados Unidos produzem 10,9 milhões de barris diários de petróleo. A Arábia Saudita produz 11,6 milhões de barris/dia, segundo a AIE. Os Estados Unidos, que importam 20% de suas necessidades energéticas, deverão tornar-se quase autossuficientes em 2035. O país se tornará exportador líquido de petróleo (exportações superiores às importações) em cerca de 2030, prevê a agência.

Aumento da demanda

A demanda mundial de energia vai crescer em mais de um terço até 2035, prevê a AIE. A China, a Índia, o Brasil e países do Oriente Médio representam 60% do aumento global da demanda. Na China, o consumo de energia crescerá 60% entre 2010 e 2035, afirma o estudo. No Brasil, o aumento estimado pela AIE é de 69% nesse período.

A AIE prevê que a demanda mundial de petróleo, de 87,4 milhões de barris diários em 2011, deverá atingir 99,7 milhões de barris/dia em 2035, uma expansão de 14% no período.

“O crescimento do consumo de petróleo nos países emergentes, particularmente o ligado aos transportes na China, na Índia e no Oriente Médio, vai mais do que compensar a redução da demanda nos países ricos, fazendo aumentar claramente o uso do petróleo”, diz o relatório. Os transportes, afirma a agência, já representam mais da metade do consumo mundial de petróleo.

Com informações das agências de notícias

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