Cachoeira: cronograma é o primeiro passo da CPI mista

Após instalação, deputados e senadores deverão eleger o presidente da comissão, que vai indicar o relator da CPMI.

Os senadores Walter Pinheiro (PT-BA) e José Pimentel (PT-CE), líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo e líder do Governo no Congresso, respectivamente, afirmaram à imprensa que o primeiro passo após a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) será promover uma reunião de trabalho para eleger o presidente e este indicar o relator e, a partir daí, estabelecer um cronograma de atividades. O PMDB indicou o corregedor do Senado, Vital do Rego (PB) para comandar a comissão.

A comissão terá um prazo de 180 dias para investigar, com base nos documentos das operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal, as ligações do contraventor Carlinhos Cachoeira com parlamentares, empresários e seu esquema de arapongagem que servia para chantagear e ao mesmo tempo obter vantagens.

“O colegiado terá a tarefa de trabalhar à luz das informações e aí vamos construir esse cronograma de trabalho e ver como efetivamente vai funcionar a CPI mista. Não é correto ficar fazendo ilações ou antecipando o que vai acontecer porque não é muito correto diante da responsabilidade que nós temos de apurar todos esses casos”, afirmou Pinheiro.

Na tarde desta terça-feira (24/04), Walter Pinheiro indicou os senadores petistas que farão parte da CPI mista – Humberto Costa (PE) e José Pimentel como titulares.

Segundo Pimentel, a escolha dos nomes indicados pelo líder Pinheiro considerou a função atual que já está sendo exercida pelos senadores – Humberto Costa como relator do caso Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar – além dele próprio [Pimentel], que também integra o Conselho. A ideia é que os dois fóruns de investigação CPI e Conselho de Ética compartilhem informações. “Com isso nós podemos trabalhar com mais segurança e tranquilidade”, afirmou.

O senador Demóstenes está sendo alvo de apuração por parte do Conselho de Ética depois de ser flagrado em conversas telefônicas com o contraventor Carlinhos Cachoeira, em que tratava da votação de projetos no Congresso Nacional, segundo denúncias vazadas para a imprensa relativas à Operação Monte Carlo. Teria havia ainda recebimento de dinheiro. 

 

Marcello Antunes

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