ARTIGO

Caminhos Abertos, por Jaques Wagner

Passamos a caminhar novamente num cenário extremamente favorável à construção de novas parcerias e à atração de novos investimentos para o País
Caminhos Abertos, por Jaques Wagner

Foto: Ricardo Stuckert

Nos últimos meses, temos escutado com muita frequência a expressão “o Brasil voltou”. Um reflexo natural deste clima de esperança que tomou conta do País logo após a vitória do presidente Lula nas eleições passadas. Depois de vivenciarmos um perío­do tenebroso, marcado por tantos retrocessos, o Brasil, enfim, reencontrou sua vocação de ser uma nação de todos e todas, marcada pelo respeito à diversidade e pelo compromisso com a justiça social. Com isso, os caminhos para que possamos voltar a crescer e a nos desenvolver estão novamente abertos.

Essa impressão positiva tem se confirmado nas andanças internacionais em que tive a oportunidade de acompanhar o presidente. Em diversas ocasiões, pude notar o quanto este processo de reintegração do Brasil com o mundo é celebrado e reconhecido por outros países, nas palavras não apenas das suas lideranças, políticas ou empresariais, mas também do povo dos lugares por onde passamos.

Hoje, temos a certeza de que a diplomacia brasileira está plenamente restaurada. Voltamos a honrar nossas tradições multilaterais, pregando o respeito e o diálogo com todas as nações. Em tão pouco tempo, o presidente Lula já deu diversas sinalizações de que a retomada da política externa brasileira, a partir da reconstrução de pontes e de novas parcerias, são questões urgentes e prioritárias para o País.

Nesse sentido, após as missões nos EUA, Argentina e Uruguai, os acordos agora firmados nas recentes visitas à China e aos Emirados Árabes Unidos são bons exemplos da importância de fazermos, no plano internacional, um trabalho sempre voltado aos interesses do Brasil em áreas que representam desafios e oportunidades. E que vão render divisas importantes, na forma de geração de emprego, renda e grandes investimentos estrangeiros para alavancarmos nosso crescimento.

A China é o nosso maior parceiro comercial. Para o gigante asiático exportamos quase 100 bilhões de dólares no ano passado, e temos com os chineses uma balança comercial superavitária de mais de 30 bilhões de dólares ao ano. Essa relação comercial estratégica deve ampliar-se ainda mais com os 15 acordos de intercâmbio e de colaboração que foram assinados nesta última viagem.

Entre as áreas mais importantes abrangidas pelos acordos estão as da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação. Nada menos que oito dos tratados assinados versam sobre temas como nanotecnologia, energia limpa, inteligência artificial, Tecnologia da Informação e comunicação, Internet 5G, Indústria 4.0, mudanças climáticas, ciência e tecnologia agrícola e espacial.

Outro exemplo de sucesso foi a condução das negociações para venda de commodities e de carne, produtos mais importantes da nossa balança comercial. Os dois países decidiram adotar um certificado digital para a carne brasileira, medida que vai garantir mais qualidade, segurança e ajudar a destravar a exportação do produto. No mesmo sentido, pactuaram diretrizes para o comércio de petróleo, soja e minério de ferro. Somados, os acordos alcançam cerca de R$ 50 bilhões.

Já nos Emirados Árabes Unidos, garantimos outros R$ 12,5 bilhões em investimentos com este que é um dos nossos três maiores parceiros no Oriente Médio. Foram pactuados acordos de cooperação em Educação, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Sustentável, Energia Renovável, Aviação, Segurança Alimentar e Agricultura.

Mais recentemente, após sua primeira missão na Europa, o presidente Lula retorna com um saldo de 16 novos acordos assinados com os dois países da Península Ibérica. Só com Portugal foram 13 parcerias firmadas durante a 13ª Cúpula Luso-Brasileira, encontro que não ocorria desde 2016. Os novos contratos abrangem áreas como Cultura, Educação, Saúde, Transportes, entre outras.  Com a Espanha, o Brasil assinou outros três acordos, sendo dois memorandos e uma carta de intenções, que envolvem avanços nas áreas de Educação, Trabalho, além de Ciência e Tecnologia

O fato é que, em todas essas missões, as comitivas lideradas pelo presidente Lula puderam provar, de modo muito prático, que efetivamente voltamos a ocupar um papel de destaque na comunidade internacional. Do mesmo modo, passamos a caminhar novamente num cenário extremamente favorável à construção de novas parcerias e à atração de novos investimentos para o País.

Claro que sabemos dos enormes desafios que ainda estão por vir. Mas, por outro lado, a cada nova missão no exterior, só temos reforçado a certeza de que estamos no caminho certo. Agenda por agenda, acordo por acordo, evidencia-se que esse novo Brasil, hoje tão bem representado por uma liderança como o presidente Lula, voltou a ser respeitado e a ser recebido de portas abertas em qualquer parte do planeta.

Artigo originalmente publicado na revista Carta Capital

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