Gleisi Hoffmann defende definições de tetos para doações empresarias e de limites de gastos em campanhasEm discurso ao plenário, nesta segunda-feira (29), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou a falta de limites das doações privadas nas campanhas eleitorais. Para ela, é preciso que sejam definidos valores máximos de doação que cada empresa pode fazer nos pleitos, além de definir teto de gastos nas campanhas.
A parlamentar criticou o excesso de recursos necessários para que uma candidatura seja competitiva. Ela criticou esse modelo exemplificando que os programas eleitorais de TV, hoje, transformam o candidato em um “artista”. “Programa de TV não pode ser do jeito que é. Parece uma produção cinematográfica. Você vira um artista ao invés de se debater na política”, disse.
Gleisi ainda cobrou mudanças que promovam o fortalecimento dos partidos políticos, impedindo que legendas sem expressão dificultem a construção da base de apoio ao governo. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, mais de 20 partidos políticos contam ao menos com um representante na Casa.
Esse excesso de representatividade dificulta inclusive o diálogo com as lideranças dos partidos, gerando necessidades de acordos que vão desde nomeações de cargos no Executivo à liberação de emendas parlamentares.
“Com partidos fracos, o eleitor corre o risco de votar em um candidato majoritário por um partido e de ver esse político mudar de partido, perdendo o significado do voto”, explicou.
“Outro aspecto que é importante é a cláusula de barreira, o desempenho. Não é possível que haja tantos partidos criados no afogadilho do interesse deste ou daquele líder político e que, depois, esses partidos passem a fazer parte de negociações no processo eleitoral”, criticou a senadora.
As mudanças no processo eleitoral estão sendo discutidos atualmente em uma comissão sobre o tema, no Senado, presidida por Jorge Viana (PT-AC). Gleisi elogiou o trabalho que vem sendo feito pelo colegiado para mudar o panorama atual. Para ela, parece haver uma “vontade muito grande” dos parlamentares de dar uma solução para a sociedade.
“Acho que, se nós conseguirmos resolver esses dois problemas, que é o financiamento de campanha e o fortalecimento dos partidos políticos, nós daremos já um passo muito grande para melhorar o nosso sistema eleitoral e, por consequência, a democracia brasileira”, disse.
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