A CUT e demais centrais sindicais se unem para exigir do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e do Congresso Nacional, medidas que protejam os trabalhadores e parem de ignorar o avanço da pandemia do coronavírus (Covid-19), que já matou mais de 6.470 pessoas em 146 países.
Além dos danos à saúde, tem os danos à economia, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, insiste em pressionar o Congresso Nacional para acelerar a tramitação de pautas como a reforma Administrativa e a Medida Provisória (MP) 905. As duas medidas são devastadoras para trabalhadores e trabalhadoras da iniciativa privada e do setor público que perderão mais direitos.
Para as centrais, que se reuniram nesta segunda-feira (16), na sede do Dieese, em São Paulo, é necessário que haja um suporte aos trabalhadores neste momento, não somente no que diz respeito à prevenção e cuidados com a saúde, mas também para garantir a manutenção de seus empregos e renda, em caso de ser decretado isolamento total no País. Consenso entre os presidentes das centrais, não se pode deixar que um eventual colapso na economia recaia sobre o bolso dos trabalhadores.
Sérgio Nobre, presidente da CUT, afirma que “a situação é grave e para enfrentá-la, possivelmente será preciso que pessoas fiquem em casa. E durante esse tempo, longe do trabalho, elas têm de sobreviver e esse custo não pode ser colocado nos trabalhadores”.
Para o senador Rogério Carvalho (SE), é fundamental manter a mobilização dos trabalhadores com atenção redobrada aos cuidados sanitários exigidos pela crise causada com a circulação do COVID-19 pelo País. “Mantenhamos nossa mobilização sem desrespeitar o bem maior que é a vida. Estar mobilizado não quer dizer participar de aglomerações. Podemos ser ativos na luta sem colocar em risco a vida dos brasileiros”, disse o líder do PT no Senado.
Na avaliação do senador Paulo Rocha (PT-PA), apesar de os trabalhadores enfrentarem um governo que tem atuado constantemente na retirada de direitos e na precarização da legislação trabalhista, as centrais reforçam o compromisso com o País ao mostrarem preocupação com a manifestações nas ruas, devido a epidemia de coronavírus.
“A decisão de suspender as manifestação de rua, quando estamos em tempos de direitos sendo sumariamente extintos, reitera o compromisso das nossas centrais e sindicatos com a Nação. Um exemplo de preocupação com o povo, ao contrário do irresponsável sentado na cadeira de presidente da República, um palhaço que faz pouco caso de uma pandemia que hoje vitimou o primeiro cidadão no Brasil”, disse o senador.
Proposta das centrais
As centrais elaboraram um documento que será entregue ao Congresso Nacional, nesta terça-feira (17), contendo propostas que orientam trabalhadores e empresas a enfrentarem a pandemia.
As propostas incluem estabilidade a todos os trabalhadores e trabalhadoras durante o período da crise, ampliação do seguro-desemprego, suspensão de atividades onde houver confirmação de casos e jornadas alternativas para evitar aglomerações.
As centrais também vão exigir medidas econômicas como a suspensão do pagamento da dívida pública pelo governo Federal, a suspensão da Emenda Constitucional 95, do teto dos gastos públicos, que congelou investimentos em áreas como saúde e educação por 20 anos, para que mais recursos sejam investidos na saúde.
As centrais reivindicam, ainda, a suspensão da Lei de Responsabilidade Fiscal, para dar mais condições para prefeitos e governadores também investirem na luta contra a pandemia.
A estabilidade no emprego é ponto central da proposta, para que o trabalhador fique seguro economicamente durante o período.
Confira a íntegra da nota das centrais
Com informações da CUT