Representantes das centrais sindicais — incluindo o presidente da CUT, Sérgio Nobre — estiveram reunidos na noite desta terça-feira (24) com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para alertar sobre os riscos embutidos na Medida Provisória 1045, que institui uma “nova reforma trabalhista” e desmonta direitos dos trabalhadores. O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), participou do encontro e alertou para o retrocesso da iniciativa.
A MP permite ao empregador diminuir salários, estimula empresas a trocar até 40% dos seus quadros de trabalhadores por outros inexperientes para pagar menos, acaba com o 13º salário e retira o direito às férias remuneradas, entre outras medidas perversas e de ataques a direitos conquistados pela classe trabalhadora ao longo de décadas no país.
“Vamos atuar para barrar a avalanche de retrocessos que o governo pretende impor”, declarou. “A MP 1045 é um verdadeiro desmonte dos direitos trabalhistas”. Nobre alertou que a MP 1045 foi apresentada ao Congresso sem que o governo sequer tenha promovido qualquer debate com as centrais sindicais. As centrais vão apresentar recurso à Justiça, caso a MP seja aprovada.
“Nossa pauta é objetiva: vamos pedir para que Pacheco deixe a MP 1045 caducar. O Senado não pode aprovar uma medida provisória como essa que destrói ainda mais direitos dos trabalhadores”, destacou o sindicalista.
“Com essa vergonhosa MP 1045, o presidente Bolsonaro e os governistas na Câmara dos Deputados atacaram, mais uma vez, os direitos da classe trabalhadora, já deteriorados pela reforma trabalhista, e trouxeram de volta à cena a famigerada carteira verde-amarela. O Senado tem que derrubar isso. Nós seguiremos pressionando o Parlamento, resistindo e lutando”.
Participaram do encontro, além de Sérgio Nobre, os presidentes Miguel Torres (Força Sindical), Ricardo Patah (UGT), José Reginaldo Inácio (NCST) e outros líderes como o secretário Jurídico da CUT, Valeir Eartle, e o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves (o Juruna).
Os sindicalistas estiveram reunidos na tarde de terça com o ministro do Trabalho, Ônyx Lorenzoni. “Foi um primeiro contato e nossa intenção é dialogar. Estaremos sempre abertos ao diálogo para defender os direitos da classe trabalhadora, o emprego, onde houver espaço para isso. Esse é o nosso papel”, disse.