O secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Steiner, em entrevista ao UOL, reforçou as críticas da entidade ao texto da PEC 287/2016 (Reforma da Previdência). Para ele, a primeira preocupação da entidade é a necessidade de um debate com a sociedade.
“Uma reforma dessas não pode ser algo que o Executivo envie à Câmara e, depois, ao Senado, para que, após, se decida – ainda mais quando se envolvem milhões de pessoas. Não é uma posição político-partidária, mas política, no sentido da polis, do cuidado de todas as pessoas. É importante que se debata e que se converse sobre isso. E faremos”, afirmou.
Nas últimas semanas representantes da CNBB se reuniram com membros de centrais sindicais para a construção de uma agenda de mobilização contra as reformas da previdência e trabalhista. No último dia 23, a confederação também divulgou um comunicado em que critica o governo por adotar uma reforma previdenciária que “escolhe o caminho da exclusão social”.
“Buscamos criar consciência e levar as pessoas a perceberem as dificuldades dessa reforma e propor, de outro lado, soluções. Não vemos, aliás, nenhum problema de que pessoas se manifestem sobre isso, publicamente, nas ruas. Aliás, são importantes as manifestações para que o Congresso e o Executivo percebam que a sociedade está atenta agora, e não apenas em relação às eleições de 2018”, disse.
Dom Leonardo ainda aponta, durante a entrevista, que a própria lei impõe restrições à atuação político-partidária dentro das igrejas. Mas não impede a igreja de abordar questões importantes sobre a questão do trabalho, da previdência, e outras, como aborto, que têm a ver com política no sentido do bem comum.