Com o apoio do PT do Senado, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reeleito nesta quarta-feira (1º) presidente da Casa e do Congresso com o apoio de 49 senadores – dois terços do total de 81. Foram 17 votos a mais em favor da democracia, da estabilidade política e da reconstrução do Brasil, e contra o retrocesso representado pelo bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do desgoverno anterior. A eleição foi realizada logo após a posse de 27 senadores, entre eles quatro do PT.
A vitória foi celebrada pela bancada, a começar do líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES). “Parabéns pela vitória e reeleição como presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, querido amigo e senador Rodrigo Pacheco. Seu compromisso com a democracia, com a política como marco civilizatório e com as urgências da população unirão o Parlamento”, afirmou. “Vamos juntos na luta por um Brasil sem fome, sem ódio, sem desemprego, sem barbárie. A vitória de Pacheco mobiliza uma frente ampla em defesa da reconstrução do Brasil e da dignidade do nosso povo!
Nesta quinta (2), às 10h, o Senado realiza sessão para eleger os demais membros da Mesa – dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes. Às 15h, será realizada sessão do Congresso Nacional para abertura do ano legislativo.
A bancada do PT foi fortalecida com a posse da senadora Teresa Leitão (PE) e dos senadores Beto Faro (PA), Camilo Santana (CE) e Wellington Dias (PI). Os dois últimos, ministros da Educação e do Desenvolvimento Social, respectivamente, se licenciam e retornam aos cargos após a eleição desta quinta. Em seus lugares assumirão as suplentes Augusta de Brito (PT-CE) e Jussara Lima (PSD-PI), que já declarou publicamente a filiação ao PT.
Civilidade venceu
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), vê na decisão do Senado uma opção pela civilidade. “A vitória de Pacheco mostra que a vontade da maioria dos senadores é pela retomada do debate democrático dentro de valores civilizados, de respeito ao próximo, de respeito à opinião dos outros, sem o vandalismo que muitas vezes foi estimulado por mensagens dadas durante o outro governo”, apontou. “Divergir é a alma da democracia, não saber tratar a divergência é a derrota da democracia”, concluiu.
Já Humberto Costa (PT-PE) considerou uma vitória para o Brasil. “[Pacheco] é um defensor da Constituição, da democracia, da liberdade, dos princípios que ressaltam a importância do fortalecimento das instituições, a autonomia e a harmonia entre os Poderes”, disse, reforçando a importância da decisão no combate aos golpistas. “A reeleição demonstra que a maioria dos senadores rechaçou o bolsonarismo, o terrorismo, o golpismo e seus representantes dentro da Casa. Bolsonaro foi derrotado mais uma vez. Agora, no voto impresso”, ironizou, referindo-se a uma das principais bandeiras defendidas por apoiadores do ex-presidente, o voto impresso, utilizado na eleição do presidente do Senado.
Para senadora Teresa Leitão (PT-PE), o resultado confirmou o apoio ao equilíbrio demonstrado por Pacheco em momentos turbulentos, que foram comuns durante o governo anterior. “A primeira missão foi cumprida. O pronunciamento dele [Pacheco] deixou evidente o processo de condução equilibrada, tranquila, que foi o que revelou no primeiro mandato, num período muito difícil para o Brasil e para o Legislativo. Foi uma vitória de consequências muito positivas para o comando da casa e para o país”, afirmou.
Na mesma linha, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) enxerga o fim definitivo do retrocesso. “A vitória de Rodrigo Pacheco é uma forte demonstração de que as sementes do bolsonarismo não serão germinadas no Brasil e, graças a isso, as ações em benefício do povo brasileiro voltarão a ser prioridade em nosso país”, declarou.
O senador Camilo Santana também valorizou a eleição de Pacheco. “Parabenizo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, reeleito nesta quarta-feira. Importante para a defesa da democracia e a retomada do crescimento do nosso país”, disse.
Ao tomar posse para o novo mandato, Rodrigo Pacheco disse que o resultado foi uma resposta ao discurso de ódio disseminado nos últimos anos. “O Brasil precisa de pacificação. Os Poderes da República precisam trabalhar em harmonia, buscando o consenso pelo diálogo. Os entes federativos devem atuar de modo sincronizado para que as políticas públicas possam efetivamente chegar à população”, afirmou.
Para ele, trabalhar pela paz exige uma ação contundente contra os ataques à democracia. “A realidade do momento nos impõe um alerta: pacificação não significa omissão ou leniência, não é inflamar a população com narrativas inverídicas ou soluções aparentes, não significa se calar diante de atos antidemocráticos. Pacificação é buscar cooperação, é lutar pela verdade, é estar do lado certo da história, o lado que defende o Brasil e o povo brasileiro”
Maria do Rosário eleita
Na Câmara, além da posse dos 513 deputados, foi eleita toda a Mesa Diretora, tendo a deputada Maria do Rosário (PT-RS) à frente da Segunda Secretaria. Ela foi eleita com 371 votos. Com o apoio do PT, o presidente Arthur Lira (PP-AL) foi reeleito com 464 votos.