Sabatinas

Comissão do Senado aprova indicações de Lula para o Banco Central

Nomes dos economistas Rodrigo Alves Teixeira e Paulo Picchetti, escolhidos para assumirem diretorias da instituição, seguem para avaliação do plenário

Alessandro Dantas

Comissão do Senado aprova indicações de Lula para o Banco Central

Economistas Rodrigo Alves Teixeira e Paulo Picchetti durante sabatina na comissão

As duas indicações do presidente Lula para diretorias do Banco Central (BC) foram aprovadas nesta terça-feira (28/11) pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Agora, os nomes dos economistas Rodrigo Alves Teixeira e Paulo Picchetti seguem para avaliação do plenário.  

Teixeira foi indicado para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central. Já Picchetti será o responsável por comandar a diretoria de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos. 

Durante a sabatina, ambos defenderam a autonomia do Banco Central. Rodrigo Alves Teixeira, no entanto, defendeu a necessidade de a autonomia andar em sintonia com um “diálogo democrático” entre a instituição e o Palácio do Planalto. 

“Ainda que os mandatos de diretores não coincidam com aquele do governo eleito, a autonomia do Banco Central não afasta a possibilidade de um diálogo democrático entre ambos — para que se possa ter uma coordenação entre as políticas monetárias e fiscal, uma vez que existem importantes interações entre ambas. A política fiscal tem impacto sobre a inflação, e a monetária, sobre os serviços da dívida pública e sua evolução”, disse. 

Para Teixeira, a autonomia não significa que a autoridade monetária esteja imune a críticas, que classificou como “naturais e bem-vindas”. 

Paulo Picchetti afirmou que a independência da autoridade monetária “foi uma escolha democrática e deve ser respeitada”. 

“O Banco Central independente não é um Banco Central que não dialoga ou que não presta contas. Pelo contrário: é um Banco Central que tem liberdade para tomar decisões puramente técnicas, independentes de questões políticas externas, mas de forma a honrar a concessão de autonomia, entregando os melhores resultados possíveis para o país”, afirmou. 

A senadora Teresa Leitão (PT-PE) questionou os indicados sobre o impacto da política monetária na vida dos cidadãos. Para Paulo Picchetti, o controle da inflação e dos preços deve ser uma preocupação permanente do Banco Central. 

“O nível de preços em geral vem caindo. Cabe a nós garantir a continuidade e o aprofundamento dessa convergência da inflação às metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional para, em última análise, beneficiar a população como um todo e, em particular, a população carente”, afirmou. 

Currículos 

A indicação de Rodrigo Alves Teixeira foi relatada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS) e aprovada por 22 votos a favor e um contrário. O economista assumirá a vaga deixada por Maurício Costa de Moura, cujo mandato termina no dia 31 de dezembro. 

Teixeira tem graduação, mestrado e doutorado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP). Foi professor daquela instituição e atualmente dá aulas na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). 

É analista do Banco Central desde 2002. Atuou como servidor cedido ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ao Ministério de Planejamento, à Casa Civil e à Agência Brasileira de Promoção das Exportações (Apex-Brasil), entre outros. 

A mensagem de Paulo Picchetti, relatada pelo senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), teve 20 votos favoráveis e um contrário. Ele assume a vaga deixada por Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, com mandato até 31 de dezembro. 

Picchetti é formado em Economia pela PUC-SP, com mestrado na USP e doutorado na University of Illinois (Estados Unidos). Foi pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e atualmente é professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), além de membro do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos no Brasil (Codace). 

Com informações da Agência Senado 

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