Como se notabilizou durante os últimos anos, Bolsonaro tem feito de tudo para tornar o Brasil um pária internacional. O atual presidente do Brasil não perde uma oportunidade sequer de chocar o mundo com suas atitudes completamente deslocadas da realidade.
Nesta semana não foi diferente. Ao desembarcar na Inglaterra para participar da cerimônia de velório do corpo da rainha Elizabeth II, o extremista não perdeu a oportunidade de transformar a viagem em comício e espalhar mentiras em solo estrangeiro.
De acordo com o colunista do UOL, Jamil Chade, diplomatas estrangeiros usaram palavras como “consternação”, “indignação” e “vergonha” para classificar o comportamento de Bolsonaro em terras inglesas. De fato, é chocante ver a imagem dele na sacada da Embaixada do Brasil em Londres discursando para seus apoiadores enquanto a Inglaterra vive um período de luto.
Diplomatas estrangeiros ouvidos pelo UOL apontam que o comportamento de Bolsonaro aprofunda o mal-estar e o desprezo que países europeus tem pelo Brasil neste momento.
O uso de um funeral com fins eleitorais ficou tão explicito que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), à exemplo do que fez com as manifestações do Dia da Independência, proibiu Bolsonaro de utilizar as imagens captadas na Europa na campanha.
Na noite de ontem, ao chegar em Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU, Bolsonaro foi alvo de diversos protestos. Um desses protestos iluminou a fachada do prédio da Organização das Nações Unidas justamente com o rosto de Bolsonaro e os dizeres “Brazilian Shame”, em tradução livre, vergonha brasileira.
“O genocida teve uma recepção muito calorosa, com uma projeção no prédio da ONU e adverte: ‘vergonha brasileira’. O mundo todo é #ForaBolsonaro”, disse o senador Paulo Rocha (PA), líder da bancada do PT.
O senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) também destacou o “recado que vem das ruas”.
“Mega projeção na sede da ONU, em Nova York, horas antes do discurso de Bolsonaro. O presidente segue envergonhando o Brasil com suas mentiras, ataques à democracia e vexames internacionais”, resumiu.
Já no discurso proferido na ONU nesta terça-feira (20), Bolsonaro voltou a torturar os fatos, atacar aqueles que considera seus “inimigos” com mentiras e, por fim, justificou sua fama de pária global. Peixe fora d’água em uma plenária onde o lema dos debates é ‘Soluções por meio da solidariedade, sustentabilidade e ciência’, Bolsonaro passou pelo vexame de ver o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, abrir mão da tradição de discursar logo em seguida ao brasileiro. A decisão de Biden, que só falará na quarta (21), ajudou a esvaziar uma audiência desinteressada do já previsível e irrelevante roteiro de Bolsonaro.