As defesas do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), da vida e da democracia foram destaques na abertura 17ª Conferência Nacional de Saúde. O encontro tem como tema “Garantir Direitos, defensor do SUS, a Vida e a Democracia – Amanhã vai ser outro dia!”, e está sendo realizado em Brasília até 5 de julho.
Para o senador Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro da Saúde, a realização do evento marca o retorno da participação popular na construção de uma saúde pública de qualidade e universal.
“Essa conferência marca o reencontro do SUS com uma de suas diretrizes mais importantes, que é a participação popular. Especialmente após um período tenebroso em nosso país, iniciado em 2016 e que representou um processo permanente de ataque ao SUS, um dos grandes esteios da construção de um Brasil mais justo”, destaca o senador.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a força coletiva do SUS na defesa da democracia e na união do Conselho Nacional de Saúde, mesmo após diversos retrocessos e descasos enfrentados no governo anterior.
“Posso dizer que a saúde está de volta, mas a saúde como projeto coletivo, na luta contra as desigualdades e pela conquista do bem-viver”, afirma. “Não há saúde quando há fome, quando não há acesso à educação, à cultura, quando o meio ambiente é ameaçado, quando as mulheres, as crianças e os idosos sofrem violência.”
De acordo com os organizadores, cerca de 6 mil participantes estiveram no ato de abertura. Ao todo, o processo de conferências, iniciado em 2021, envolveu dois milhões de pessoas. Como resultado, 4.048 foram eleitas delegadas à etapa nacional, 386 nas 99 conferências livres, para deliberar sobre 1.500 propostas e diretrizes, elaboradas em conferências municipais, estaduais e livres.
A participação do presidente Lula está prevista para a quarta-feira (5/7), quando ocorrerá o encerramento da conferência.
Recursos até 2027
A coordenadora do Setorial Nacional de Saúde do PT, Eliane Cruz, reforça que o objetivo da conferência é elaborar e aprovar o Plano Plurianual e o Plano Nacional de Saúde para definir o destino dos recursos federais entre 2024 e 2027.
“Que o orçamento da saúde chegue, até o final de 2027, a 6% do PIB. Hoje, esse investimento é de 3,8%. Precisamos aumentar os recursos para aumentar a qualidade do SUS e atender as demandas de proteção da saúde e prevenção de doenças no Brasil”, salienta.
Com informações da Agência PT de Notícias