Congresso vota anulação de sessão que tirou Jango da presidência

Congresso vota anulação de sessão que tirou Jango da presidência

Projeto irá devolver mandato ao presidente derrubado pelo golpe militar que deu início à ditadura no País.

 

Proposta de devolução do mandato de Janto é de
autoria do senador Randolfe Rodrigues
(Agência Senado)

Devido a um pedido de verificação de quórum para identificar o número exato de parlamentares presentes na sessão da noite desta terça-feira (19), o que poderia comprometer a votação, foi adiada para hoje a apreciação do projeto de resolução (PRN 4/2013) que vai anular a sessão do Congresso Nacional ocorrida na madrugada do dia 1 para o dia 2 de abril de 1964, na qual foi declarada vaga a Presidência da República ocupada pelo ex-presidente João Goulart (1919-1976). O pedido de verificação de voto que impediu o fechamento desse ciclo nebuloso na história do País foi feito pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).

A fatídica sessão do Congresso Nacional em 1964 abriu o caminho para a instalação do regime militar. O golpe ocorreu sob tumulto, vaias e aplausos que marcaram a sessão do Congresso Nacional, na madrugada de 2 de abril de 1964, quando foi declarada a vacância do cargo ocupado pelo então presidente João Goulart. A anulação dessa reunião conjunta das duas Casas legislativas é objeto de um projeto de resolução do senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP).

A sessão começou na noite de 1º de abril, por convocação do presidente do Congresso, senador Moura Andrade, e chegou a ser suspensa diante dos tumultos. Logo no início, o então deputado Sérgio Magalhães levantou uma questão de ordem, argumentando que tanto a convocação da sessão, quando o comunicado de vacância do cargo, que seria lido em seguida, não estavam previstos no Regimento Comum. Para ele, os atos de Moura Andrade eram antirregimentais.

O texto do projeto de resolução a ser colocado em votação nesta quarta-feira (20) declara que foi inconstitucional a sessão do Congresso que ocorria já na madrugada do dia 2 de abril de 1964, porque a perda de cargo de presidente da República só se daria em caso de viagem

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 Aliado aos militares, o então presidente do Congresso
 declarou vaga a presidência da República, dando
 início à ditadura militar (Agência Senado)

internacional sem autorização do Congresso.

Acontece, porém, que o presidente João Goulart se encontrava em local conhecido e dentro do Brasil. Após o início do golpe de estado, em 31 de março de 1964, o presidente João Goulart decidiu ir a Porto Alegre a fim de encontrar forças aliadas. Foi nesse período que o então presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, declarou vaga a Presidência da República.

A sessão de ontem foi acompanhada por familiares do ex-presidente, entre eles, o seu filho João Vicente Goulart.

PRN 4/2013 – Declara nula vacância da Presidência da República

 

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