O projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados a toque de caixa que beneficia políticos, autoridades e seus familiares foi duramente criticado pelo líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (PT-ES), que considera a medida um “papelão”. O texto ainda será analisado pelo Senado.
Para ele, o PL 2720/23, que inclui previsões como tornar crime a negativa de abertura de conta ou concessão de crédito a pessoas politicamente expostas (PPEs), “demonstra total falta de senso de prioridade”.
Contarato enxerga uma inversão de valores por parte dos apoiadores do texto. “Os defensores da proposta se ressentem de ‘discriminação’ pela condição política, mas deveriam, em revés, refletir sobre as causas do fenômeno: se o fizessem, certamente evitariam esse papelão”, refletiu.
E continuou: ”O ‘racismo contra político’ é uma estultice que só faz sentido às mentes mais cínicas”, condenou.
Para o líder petista, o Parlamento deveria se concentrar no debate sobre assuntos realmente relevantes para o país em vez de criar novas blindagens aos seus membros. “Devemos é privilegiar esforços em prol da retomada econômica. Autoridades são cercadas de todas as prerrogativas necessárias ao exercício da função. Ir além dessas balizas é legislar em causa própria”, afirmou.
Assim como Contarato, várias lideranças do Senado se manifestaram contra a proposta, algumas de partidos alinhados com seus autores e defensores. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se limitou a dizer que desconhecia “a existência desse projeto” e que daria o tratamento regimental assim que chegar da Câmara. No entanto, tudo indica que o texto terá pouca adesão entre os senadores.