Direitos Humanos

Contarato defende investigar execução de jovem por policial

No Espírito Santo, vídeo flagrou momento em que policial atira contra rapaz de 17 anos já rendido. Paulo Paim cobra fim de abordagens truculentas e racistas
Contarato defende investigar execução de jovem por policial

Imagem: Reprodução

A Vara de Auditoria Militar de Vitória (ES) determinou, nesta quinta-feira (2), a prisão preventiva de cinco policiais militares envolvidos na execução de um jovem de 17 anos já rendido. A apuração do caso, solicitada pelo governador do Estado, foi defendida pelo líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES).

“Fez bem o governador Renato Casagrande em determinar imediata apuração de uma execução bárbara por policiais militares. A polícia tem papel legal de ser garantidora de direitos, e jamais ser violadora de direitos nem atentar contra a vida humana”, disse o líder petista.

O assassinato foi filmado por câmeras de monitoramento na rua. As imagens mostram um policial em frente ao adolescente sentado na calçada, enquanto outro PM caminha em direção à uma viatura.

Um terceiro policial se aproxima e fica de frente para o jovem, que levanta e está com as mãos algemadas para trás. O militar encosta no adolescente, que dá passos para trás. Na sequência, o PM dá ao menos dois tiros no rapaz.

O registro em vídeo mostra ainda o autor dos disparos arrastando o corpo do adolescente para dentro de um imóvel.

Após ter acesso às imagens, o governador Casagrande afirmou em postagem nas redes sociais ter determinado providências imediatas para apurar o caso.

Ao todo, cinco agentes passaram por audiência de custódia nesta quinta. Na decisão, o juiz Getúlio Marcos Neves disse que “não há dúvida se tratar de crime militar”, de acordo com o portal G1.

Validação de provas
A discussão sobre a abordagem truculenta da polícia a jovens negros voltou nesta semana à Justiça. O Supremo Tribunal Federal (STF) julga hoje a validade de provas obtidas em abordagem policial motivada por racismo estrutural. Para entidades, tal conduta configura um ato discriminatório praticado por agentes estatais, e por isso institucionaliza o racismo.

O caso em questão envolve um habeas corpus em benefício de um homem preso em 2020 pela PM por supostamente estar portando drogas. Na época, os policiais admitiram terem feito a abordagem porque a pessoa era negra. O relator do caso, ministro Edson Fachin, apresentou parecer por desconsiderar as provas obtidas e afirmou que a abordagem foi ilegal.

Pelo Twitter, o senador Paulo Paim (PT-RS) defendeu a análise do caso pelo STF e pediu celeridade do Congresso sobre o tema.

“Se o Congresso não legisla, o STF o faz. O Supremo deve anular prova de abordagem policial racista. Nessa linha, a Câmara precisa aprovar o projeto 5231/2020. O Senado já aprovou. Basta de abordagens truculentas, racistas, veemente ataque aos direitos humanos e à vida”, disse.

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