Nove entre dez economistas ou analistas ou especialistas escalados pelo oligopólio de mídia no Brasil recomendam elevação dos juros, combate ao consumo, redução dos salários e encargos trabalhistas nas empresas privadas, demissão de funcionários públicos, diminuição na atuação das empresas estatais e corte nos gastos e investimentos realizados pelas três esferas de governo, principalmente no Executivo. Esta receita é clássica e seu resultado é bem conhecido: recessão.
Esse mesmo resultado nefasto está sendo colhidos por vários países europeus, obrigados a adotar a política imposta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para sanear contas públicas contaminadas pela falência do sistema bancário dos EUA, em 2008.
Os números oficiais do escritório de estatísticas sobre oferta de emprego da Comunidade Europeia, Eurostat, divulgados nesta terça-feira (02), mostram: o desemprego na zona do euro cresceu para 12% no mês de fevereiro, na média, contra 10,9% do mês anterior, acompanhando o encolhimento de 0,6% no Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro 6% no 4º trimestre de 2012
Traduzido para números absolutos, significa que 19 milhões de trabalhadores ficaram sem trabalho no mês passado – um recorde para o bloco da UE. Os países mais pobres da região respondem pelas maiores taxas de desemprego, com recordes catastróficos. Na Grécia, país mais afetado pela crise, o desemprego alcançou 26,4% da população; na Espanha, 26,3%; em Portugal, 17,5%.
Nem mesmo os países mais ricos escaparam da onda recessiva provocada pela austeridade recomendada pelo FMI. Na Alemanha, principal economia do continente europeu, o desemprego cresceu de 5,3% para 5,4%; em Luxemburgo, de 5,3% para 5,5%.