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CPI aprova requerimentos e avança nas investigações da Covaxin

Comissão também aprova requerimento de autoria do senador Humberto Costa para que o TCU faça uma auditoria sobre os gastos públicos ocorridos na “motociata” de Bolsonaro, em São Paulo, quando o presidente promoveu aglomeração e descumpriu protocolos sanitários
CPI aprova requerimentos e avança nas investigações da Covaxin

Foto: Agência Senado

A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (23) uma série de requerimentos, dentre eles, a convocação do tenente-coronel Alex Lial Marinho. Ele é ex-coordenador-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos para Saúde do Ministério da Saúde e deve prestar esclarecimentos sobre a suposta pressão para agilizar a liberação da importação da vacina Covaxin. Também foi aprovada a quebra do sigilo fiscal, bancário, telefônico e telemático do tenente-coronel. Lial era considerado o braço direito de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde.

A vacina Covaxin foi a mais cara comprada pelo governo Bolsonaro, até o momento, tendo custado R$ 80,70 a dose. Também foi a única que contou com um intermediário para o fechamento do contrato, a Precisa Medicamentos. Além disso, a vacina ainda não recebeu o aval da Anvisa.

O sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano tinha  depoimento marcado na CPI para hoje. Mas, o empresário alegou que estava cumprindo quarentena em razão de ter feito uma viagem à Índia. A nova oitiva ainda não tem uma nova data.

A comissão também aprovou convite ao servidor Luís Ricardo Miranda e ao seu irmão, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF). Ambos devem prestar depoimento à CPI nesta sexta-feira (25) sobre as “pressões atípicas” que Luís Ricardo, servidor do Ministério da Saúde, teria sofrido de seus superiores para liberar a importação da Covaxin, entre eles Alex Lial Marinho.

Investigação da “motociata”
A CPI aprovou requerimento do senador Humberto Costa (PT-PE) que pede auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a “motociata” promovida por Bolsonaro, em São Paulo, no último dia 12.

Para o senador, o pedido se justifica diante do aparato deslocado por Bolsonaro e dos recursos públicos envolvidos num ato que nada tem a ver com as atribuições do presidente da República, além de ter desrespeitado os protocolos sanitários vigentes no estado de São Paulo e promovido aglomeração durante à pandemia.

Foto: Alessandro Dantas

“Ele mobilizou toda estrutura da Presidência da República. Assessores, seguranças, pagamentos de diárias, quatro aviões e um helicóptero que ficaram sobrevoando essa motociata. A justificativa dada foi entregar uma boina para um estudante. Houve aluguel de motocicletas, infrações de trânsito. Foi um evento realizado contra as determinações do governo estadual relacionadas à pandemia, promovendo aglomeração e, como tal, houve total desrespeito às normas previstas para o enfrentamento à pandemia”, justificou Humberto.

Desinformação na mira da CPI
A CPI aprovou a convocação de representantes das empresas Google, Twitter e Facebook. A ideia é questionar quais são os motivos de as empresas não tirarem do ar conteúdos considerados contrários às evidências científicas e às medidas sanitárias divulgados por Bolsonaro.

Sessão secreta
O ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, prestará novo depoimento à CPI. Desta vez, de forma sigilosa. Em sua primeira oitiva, Witzel informou aos senadores que teria “fatos gravíssimos” a relatar aos parlamentares, principalmente sobre a gestão dos hospitais federais do estado do Rio de Janeiro.

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