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CPI aprova retenção de passaporte de lobista da Precisa Medicamentos e pede condução coercitiva

Apontado como lobista da Precisa Medicamentos, pivô do escândalo Covaxin, Marconny Albernaz não apareceu para depor à CPI nesta quinta-feira. Senadores também criticaram tentativa de fuga do empresário Marcos Tolentino, amigo de Ricardo Barros e apontado como sócio oculto do FIB Bank
CPI aprova retenção de passaporte de lobista da Precisa Medicamentos e pede condução coercitiva

Foto: Alessandro Dantas

A CPI da Covid aprovou a retenção do passaporte do lobista da Precisa Medicamentos, Marconny Albernaz, depois de não comparecer ao depoimento marcado para esta quinta-feira (2).

Além disso, o colegiado informou que adotará as medidas cabíveis para que ocorra a condução coercitiva de Albernaz à CPI. A CPI também aprovou requerimento proibindo o lobista de deixar a região em que reside.

Marconny Albernaz havia conseguido um habeas corpus concedido pela ministra do STF Cármen Lúcia para permanecer em silêncio nas questões que pudessem incriminá-lo. Mas a decisão da ministra não o desobrigava de comparecer à CPI, que marcou o depoimento para esta quinta.

Albernaz é apontado como lobista da Precisa Medicamentos, empresa que atuou como intermediária no contrato da vacina indiana Covaxin e que está sob investigação do colegiado.

Membros da CPI tiveram acesso a mensagens trocadas entre Marconny e o ex-secretário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) José Ricardo Santana. Na conversa, Santana menciona que conheceu o suposto lobista da Precisa na casa da advogada de Jair Bolsonaro, Karina Kufa, que deverá ser ouvida nas próximas reuniões da CPI.

O lobista surge também em mensagens de celular em que, em conversas com Jair Renan Bolsonaro, filho mais novo do presidente, se coloca à disposição para ajudá-lo a formalizar uma empresa.

Nesta quarta, Albernaz apresentou atestado médico de 20 dias, alegando “dor pélvica”. No entanto, horas depois o médico que assinou o atestado informou que percebeu simulação do lobista e gostaria de anular o documento. Com isso, o depoimento foi mantido, mas Albernaz não apareceu.

Senadores criticam postura de Marcos Tolentino
Parlamentares criticaram a tentativa de fuga do depoimento agendado do empresário Marcos Tolentino. Ele estava com a oitiva marcada para quarta-feira (1º), mas não compareceu após apresentar atestado médico.

Os senadores da CPI estranharam o fato de Tolentino – amigo do líder do governo Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), e apontado como sócio oculto do FIB Bank – ter apresentado atestado médico à CPI com alegação de ter dado entrada no Hospital Sírio Libanês de Brasília por volta das 15h30 com quadro de formigamento e, por volta das 20h, ter concedido entrevista por vídeo ao site O Antagonista, demonstrando disposição, bom humor e boa condição de saúde.

“O que ele [Marcos Tolentino] faz com essa CPI é um escárnio”, criticou o senador Rogério Carvalho (PT-SE).

Já o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), defendeu a condução coercitiva de Tolentino após novos esclarecimentos do hospital.

“Ele vem de maca, mas virá [depor]. Ele é um fraudador. Ele não vai fraudar uma doença? O Marcos Tolentino é aquele cidadão que é dono de um banco, que não é banco, que tem um capital de R$ 7,5 bilhões em um terreno em São Paulo em um terreno que não existe. É esse cidadão que se interna às vésperas de ser ouvido”, criticou Aziz.

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