A CPI da Braskem aprovou nesta quarta-feira (28/2) oito convocações para depoimentos sobre os danos ambientais causados em Maceió pela extração mineral de sal-gema feita pela empresa petroquímica Braskem. Uma das oitivas será com o diretor-presidente da empresa, Roberto Bischoff.
O relator da CPI, senador Rogério Carvalho (PT-SE), expressou sua preocupação em esclarecer os aspectos que culminaram na tragédia de Maceió.
“Neste momento, cabe a nós investigar os efeitos da responsabilidade jurídica socioambiental da Braskem no caso de Maceió e de todas as empresas que anteriormente ou em conjunto com a Braskem tiveram ação direta ou indireta na exploração e produção do minério extraído dessa região”, explicou.
De acordo com o senador, as oitivas devem começar na próxima semana. Na terça-feira (5/3) devem ser ouvidos especialistas da Universidade Federal de Alagoas. Na quarta-feira (6/3) deve ser a vez de os senadores colherem o depoimento do diretor da Braskem e do diretor da Agência Nacional de Mineração.
“Estamos prontos para investigar, esclarecer e buscar respostas”, enfatizou o senador Rogério Carvalho.
A votação dos requerimentos ocorreu com a retomada da reunião dessa terça-feira (27/2), que foi suspensa pelo presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM).
Com as convocações, serão obrigados a depor na CPI, além de Roberto Bischoff:
– Marcelo Arantes, diretor de comunicação da Braskem;
– Thales Sampaio, coordenador dos estudos da antiga Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM, atual Serviço Geológico do Brasil), que concluíram pela responsabilização da Braskem no desastre;
– Mauro Henrique Moreira Sousa, diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM)
– José Geraldo Marques, ativista em ecologia, pós-doutor em meio ambiente e vítima da evacuação dos bairros atingidos;
– Abel Galindo Marques, engenheiro civil e professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas;
– Natallya de Almeida Levino, professora da Universidade Federal de Alagoas;
– Wolnei Wolff Barreiros, chefe da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
Danos em Maceió
A extração do mineral sal-gema ocorre desde os anos 1970 nos arredores da Lagoa Mundaú, na capital alagoana. Desde 2018, os bairros Pinheiro, Mutange e Bom Parto, entre outros que ficam próximos às operações da Braskem, vêm registrando danos estruturais em ruas e edifícios, com afundamento do solo e crateras. Mais de 14 mil imóveis foram afetados e condenados. As atividades de extração foram encerradas em 2019, mas os danos persistem, afetando milhares de pessoas.
Com informações da assessoria do senador Rogério Carvalho