A CPI da Covid ouve nesta semana convocados ligados a Jair Bolsonaro e entusiastas da tese de imunidade de rebanho, aquela que propaga a expansão da doença para que a imunidade seja alcançada por meio da contaminação em massa dos cidadãos.
Os senadores ouvem nesta terça-feira (22) o depoimento do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), apontado como idealizador do gabinete paralelo de aconselhamento de Bolsonaro. Terra é um grande entusiasta da tese de imunidade de rebanho chegou a dizer, em março do ano passado, que o total de mortes por H1N1, seria maior do que o de Covid-19 no país. No último sábado o Brasil ultrapassou a marca de 500 mil mortes.
Outro nome próximo de Bolsonaro ouvido nesta semana será o de Filipe Martins, assessor internacional da Presidência da República. O nome dele chegou à CPI por meio de Carlos Murillo, representante da Pfizer, que revelou em depoimento que representantes da farmacêutica tiveram reuniões com a presença de Filipe Martins, além de Fabio Wanjgarten, ex-secretário especial de Comunicação da Presidência da República e do vereador Carlos Bolsonaro.
Seguindo o rastro do dinheiro
A CPI também ouve na quarta-feira (23) o sócio da Precisa Medicamentos Francisco Emerson Maximiano com o intuito de buscar informações acerca da compra da vacina Covaxin.
As doses da Covaxin são mais caras que as demais negociadas pelo governo brasileiro, o prazo de entrega é mais longo e a negociação para a importação foi o único que envolveu uma empresa intermediária, justamente a Precisa Medicamentos.
Voz aos especialistas
Na sexta-feira (25) serão o epidemiologista, pesquisador e professor da Universidade Federal de Pelotas Pedro Hallal e a diretora-executiva da Anistia Internacional e representante do Movimento Alerta Jurema Werneck.
Votação de requerimentos
Além das audiências previstas, a CPI votará requerimentos importantes, dentre eles, para que sejam prestadas informações sobre registros de voos realizados por Nise Yamaguchi, Greici Yamaguchi e Charles Takahito, em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Esses propostos pelo senador Humberto Costa (PT-PE).
Documentos da empresa Azul mostraram que a médica indicada como integrante do gabinete paralelo esteve em Brasília ao menos 13 vezes desde maio do ano passado até maio deste ano.