Sem foro privilegiado, o ex-presidente Jair Bolsonaro voltará a ser alvo dos senadores membros da CPI da Covid. De acordo com informações publicadas pela jornalista Monica Bergamo, na Folha de S. Paulo, a ideia é fazer com que o Ministério Público se debruce acerca dos documentos e provas coletados pelo colegiado.
O ex-presidente foi indiciado na CPI da Covid por nove crimes: de epidemia com resultado de morte, infração a medidas sanitárias preventivas, emprego irregular de verba pública, incitação ao crime, falsificação de documentos particulares, charlatanismo, prevaricação, crime contra a humanidade e crime de responsabilidade.
Na avaliação dos senadores, sem a proteção do foro privilegiado, Bolsonaro pode, enfim, ser investigado a pedido do Ministério Público. Enquanto ainda era presidente, o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, pediu o arquivamento das denúncias feitas. Assim, Bolsonaro jamais foi investigado pelas práticas criminosas que levaram quase 700 mil cidadãos à morte.
“Tomei a iniciativa de mobilizar os colegas senadores da CPI da Covid e vamos reunir as provas dos crimes cometidos por Bolsonaro, que não tem mais como se esconder por trás do foro privilegiado. A justiça será feita. A gestão irresponsável na pandemia não passará impune”, comentou o senador Humberto Costa (PT-PE).
PF concluiu que Bolsonaro cometeu crimes
Jair Bolsonaro atentou contra a paz pública ao disseminar notícia falsa que relacionava a vacina contra a Covid-19 ao risco de se contrair Aids, além de incitar a prática de crime ao estimular as pessoas a não usarem máscara de proteção. Essa é a conclusão de uma investigação conduzida pela Polícia Federal.
“Jair Messias Bolsonaro, de forma direta, voluntária e consciente, disseminou as desinformações produzidas por Mauro Cesar Barbosa Cid, em sua ‘live’ semanal no dia 21 de outubro de 2021, causando verdadeiro potencial de provocar alarma junto aos espectadores”, afirmou a PF.
O relatório final da investigação foi enviado ao Supremo Tribunal Federal a menos de dez dias de Bolsonaro concluir o mandato. O relator do inquérito é o ministro Alexandre de Moraes.
No documento enviado a Moraes, a polícia afirmou que o conjunto de informações coletados ao longo da apuração permitiram identificar a ocorrência de manipulações e distorções de conteúdo de publicações que serviram de base para os temas propagados por Bolsonaro.
Com informações da Folha de S. Paulo