A semana da CPI da Covid terá depoimentos de pessoas ligadas ao que Bolsonaro chamou de “rolo” do líder de seu governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR). Na terça-feira (24), depõe Emanuel Catori, um dos sócios da farmacêutica Belcher. A Belcher foi intermediária da farmacêutica chinesa CanSino, fabricante da vacina Convidecia, com o Ministério da Saúde.
A farmacêutica é sediada em Maringá, cidade de Ricardo Barros. Ela assinou contrato com o Ministério da Saúde para intermediar a compra da Convidecia em negócio que ultrapassaria R$ 5 bilhões. O empresário também já fez transmissões com os empresários bolsonaristas Luciano Hang e Carlos Wizard para tratar da venda de vacinas.
Na quarta-feira (25), será a vez de Roberto Pereira Ramos Júnior, presidente do FIB Bank. A empresa emitiu uma “carta de fiança” que a Precisa Medicamentos, empresa de Francisco Maximiano, entregou ao Ministério da Saúde. A garantia incidia sobre 5% do valor do contrato da Covaxin, de R$ 1,6 bilhão. Apesar do nome, o Fib Bank não tem autorização do Banco Central para atuar como instituição financeira.
Na quinta-feira (26), os senadores ouvirão o ex-secretário de Saúde do Distrito Federal Francisco Araújo. Ele foi preso pela operação Falso Negativo e deve ser questionado pelos parlamentares acerca de um suposto esquema montado para aquisição de testes rápidos.
CPI identificou corrupção nos hospitais federais do RJ
O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que os parlamentares já conseguiram identificar com os documentos em posse da CPI, além da omissão na compra de vacinas, evidências de atos de corrupção na gestão dos hospitais federais do estado do Rio de Janeiro, uma das linhas de investigação do colegiado.
“A investigação da CPI avança também sobre a gestão dos hospitais federais no Rio. Descobrimos empresas de fachada contratadas irregularmente, sem licitação, ou com licitações fraudadas. Há rumores de que algumas são de milícias. Estamos atrás dos autores desses atos de corrupção”, explicou o senador.