A CPI da Covid foi responsável por monopolizar a atenção de grande parte dos lares brasileiros durante o ano de 2021. Cidadãs e cidadãos que sobreviveram a maior crise sanitária da história do Brasil buscavam respostas sobre o que tinha levado o País a perder mais de 600 mil vidas para a Covid-19.
As investigações promovidas pelos parlamentares durante seis meses mostraram ao Brasil como o governo Bolsonaro, de forma deliberada, atrasou o processo de vacinação ao adotar a estratégia de disseminação do vírus para que a população obtivesse a imunidade natural ou, a chamada, imunidade de rebanho.
Para isso, Bolsonaro rejeitou inicialmente a compra da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantã, e perdeu a oportunidade de iniciar a vacinação ainda em dezembro de 2020, como disse na própria CPI, o diretor do Butantã, Dimas Covas.
A CPI também apurou que o governo Bolsonaro, no início da pandemia, ignorou quase uma centena de comunicações da multinacional Pfizer. Apenas quando a CPI revelou tais escândalos para a população, foi que o governo decidiu agir.
“A CPI foi capaz de catalisar não somente a insatisfação, mas também a atenção da população brasileira e conseguiu, assim, identificar a responsabilidade por essa situação dramática e trágica que nós vivemos na pandemia de Covid-19”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE).
A população brasileira esperava de um governo sério, o compromisso com a vida em meio a pandemia. Ao invés disso, Bolsonaro preferiu dar ouvidos a charlatões que ofereceram curas milagrosas que já haviam sido descartadas em outras partes do mundo, como os medicamentos do chamado kit covid e a tese do tratamento precoce.
Além disso, quando decidiu comprar vacinas, a CPI também comprovou que parte do governo Bolsonaro tentou se beneficiar em esquemas de corrupção como a compra da vacina indiana Covaxin, que custaria R$ 1,6 bilhão ao Brasil, e negociação das 400 milhões de doses de vacinas, que sequer existiam, com a empresa norte-americana Davati.