Os membros da CPI da Covid desistiram de ouvir pela terceira vez o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na próxima segunda-feira (18). Em reunião virtual realizada ontem (12), o grupo majoritário do colegiado decidiu mudar o convocado para a reta final dos trabalhos e ouvir na véspera da leitura do relatório final o médico Carlos Carvalho.
Carlos Carvalho é o responsável por coordenar um estudo com parecer contrário ao uso dos remédios do chamado “kit covid” no combate ao coronavírus.
O estudo seria avaliado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema Único de Saúde (Conitec), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, na semana passada, mas foi retirado da pauta do órgão, segundo reportagem da CBN, por pressão de Bolsonaro.
Como Carlos Carvalho ainda não foi convocado pela CPI, a expectativa é que aconteça uma reunião nesta sexta-feira (15) para que seja votada sua convocação.
Corrupção nos hospitais federais do Rio de Janeiro
Documento que deve compor o relatório final da CPI, de acordo com reportagem do G1, aponta que foram encontrados problemas em contratos de 37 empresas que prestaram serviços para seis hospitais federais do Rio de Janeiro e três institutos federais do estado.
Além disso, a investigação do colegiado também teria encontrado indícios de conluio entre as empresas concorrentes para a partilha dos contratos de prestação de serviços nas unidades federais no Rio.
“Há graves indícios de corrupção, fraude e peculato em hospitais federais do Rio. A CPI identificou problemas nos contratos de empresas que prestaram serviços para as instituições. Todo material será encaminhado para o Tribunal de Contas da União para que as investigações avancem”, destacou o senador Humberto Costa (PT-PE).
O relatório final da CPI deve ser lido na terça-feira (19) e votado pelo colegiado no dia seguinte. A expectativa é que, se aprovado, já na quinta-feira (21), o documento seja enviado à Procuradoria Geral da República (PGR).
Também deve ser criada a Frente Parlamentar Observatório da Pandemia, com o objetivo de acompanhar e fiscalizar os desdobramentos das investigações, receber novas denúncias e propor alterações legislativas que fortaleçam o SUS e preparem o Brasil para possíveis novas pandemias.
Com informações de agências de notícias