A CPMI do Golpe aprovou, nesta terça-feira (20/6), a convocação do coronel Jean Lawand Júnior. Ele é um dos envolvidos no escândalo das descobertas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, braço direito de Bolsonaro, que incluíam um plano de golpe de Estado.
A maioria das mensagens encontradas no aparelho de Cid foi escrita pelo coronel Jean, subchefe do Estado-Maior do Exército, em dezembro do ano passado. As descobertas, contidas em um relatório da Polícia Federal, foram reveladas pela revista Veja na quinta-feira (15/6).
Nos diálogos, Lawand pede a Cid que convença Bolsonaro a dar um golpe de Estado. No dia 7 de dezembro, por exemplo, o coronel escreve ao braço direito do ex-presidente: “Cadê a ordem Cid? Pelo amor de Deus. Convença o 01 a salvar esse país. Abraço”.
Além de não o repreender, Cid ainda responde o golpista com “estamos na luta”.
Ainda em dezembro, no dia 10, Lawand e Cid tiveram outra conversa de teor golpista. “Cid, pelo amor de Deus, o homem tem que dar a ordem! Se a cúpula do EB [exército brasileiro] não está com ele, de divisão pra baixo está. Assessore e dê-lhe coragem. Pelo amor de Deus”, disse o subchefe do Estado-Maior.
Na sequência, o braço direito de Bolsonaro disse: “Muita coisa acontecendo… passo a passo…”. Lawand respondeu novamente: “Excelente”.
Jean Lawand chegou a ser condecorado durante o governo Bolsonaro, em março de 2021.
Outros requerimentos
Além do coronel que pediu golpe, a CPMI também aprovou a convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias e do ex-diretor-adjunto da Agência Brasília de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha.
Outros requerimentos aprovados também pedem acesso a inquéritos no Supremo Tribunal Federal sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.