Criação de fundo dá a largada para financiamento de infraestrutura no bloco

Criação de fundo dá a largada para financiamento de infraestrutura no bloco

Encontro entre os líderes em Ufá, na Rússia, começa oficialmente nesta quarta-feiraEnquanto, no setor privado, se anuncia a parceria financeira que vai facilitar investimentos nos países do Brics, num acordo que envolve a BTG Pactual, uma dos maiores bancos administradores de fundos de alta renda do Brasil, o Fundo de Investimento Direto da Rússia, o Silk Road da China, o IDF da Índia e o Banco de Desenvolvimento da África do Sul, tem início, nesta quarta-feira (08), em Ufá, na Rússia, o encontro de cúpula entre os presidentes e chefes de governo dos quatro países do bloco.

Kirill Dmitriev, representante do fundo russo, segundo a Tass, a agência russa de notícias, diz que o acordo de entendimento assinado entre as empresas tem como proposta criar o Infrastructure Fund Iniciative (IFI) para operar com recursos dos fundos soberanos dos países do Brics para financiar projetos de infraestrutura nos países associados. “O que vamos fazer é melhorar a coordenação e a cooperação mútua entre os países”, reforça o executivo russo, ao antecipar que o IFI já está analisando projetos de iniciativa conjunta entre o Brasil e a Rússia, além de um projeto de energia para a índia.

A parceria anunciada antecede o encontro de cúpula do Brics, que começa oficialmente hoje na noite desta quarta-feira (07), com um jantar entre os líderes. A partir de amanhã, começarão as reuniões de trabalho que tem como uma das metas a implantação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD).

Nesta terça-feira, o conselho de governadores do NBD se reuniu em Moscou, capital russa, para dar posse ao presidente Kundapur Vaman Kamath (da Índia) e aos quatros vice-presidentes. O representante do Brasil na instituição será o economista Paulo Nogueira Batista Jr, que estava no Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo Graça Lima, a previsão é que o NBD aprove os primeiros projetos no próximo ano. “É uma instituição para projetos de infraestrutura e sustentabilidade dos países do BRICS. No futuro, seus usuários serão também outros países em desenvolvimento”, informou ele, lembrando que o banco nasce com um capital de US$ 50 bilhões.

O BRICS tem outro instrumento financeiro em fase de implantação. O fundo (chamado de CRA) terá US$ 100 bilhões para situações de socorro a um dos cinco países do grupo. Desse total, uma parte de US$ 41 bilhões veio da China. Já Brasil, Índia e Rússia colocaram parcelas de US$ 18 bilhões. A África do Sul entrou com US$ 5 bilhões.

O que é o BRICS

A coordenação entre Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC) começou informalmente em 2006, com reunião de trabalho paralela à abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. No ano seguinte, o Brasil assumiu a organização do encontro e, na ocasião, verificou-se que o interesse em aprofundar o diálogo merecia a organização de reunião específica de chanceleres do então BRIC (ainda sem a África do Sul).

A primeira reunião formal de chanceleres do BRIC foi realizada em 18 de maio de 2008, em Ecaterimburgo, na Rússia. Desde então, a expressão BRIC, criada alguns anos antes pelo mercado financeiro, não mais se limitou a identificar quatro economias emergentes, passando o BRICS a constituir uma nova entidade político-diplomática.

Fontes: Portal Brasil, Ministério das Relações Exteriores e Agências

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