A cada dia que passa e nos distanciamos do pesadelo vivido pelo Brasil durante o governo Bolsonaro, mais dados surgem das mazelas patrocinadas pelo ex-presidente. Desta vez, surgem informações do uso eleitoreiro dos programas assistências com vistas à reeleição.
Informações reveladas inicialmente pelo UOL mostram que a Caixa Econômica Federal disponibilizou 99% de toda a carteira de crédito consignado do Auxílio Brasil de 2022 (atual Bolsa Família) apenas no período correspondente às eleições do ano passado.
A Caixa concedeu R$ 7,5 bilhões para 2,9 milhões de beneficiários até o segundo turno das eleições, e apenas R$ 67 milhões para 53 mil pessoas entre o fim das eleições e o final do ano.
A Caixa ofereceu uma média de R$ 447 milhões por dia útil em consignado, entre o início do empréstimo e o fim do período eleitoral.
“O ex-presidente Bolsonaro promoveu um grande estelionato eleitoral e deixou um legado de fome, miséria e dívidas insustentáveis para os mais pobres”, criticou o senador Humberto Costa (PT-PE).
O empréstimo consignado através do Auxílio Brasil foi aprovado por meio de Medida Provisória assinada por Bolsonaro e teve início no dia 10 de outubro do ano passado.
Com uma quantia máxima de R$ 160 de empréstimo (ou 40% dos R$ 400 que estavam previstos para o benefício em 2023). Os dados reforçam as suspeitas de uso eleitoral da Caixa para favorecer Bolsonaro.
Em relação ao pagamento ordinário do Auxílio Brasil, independentemente do empréstimo consignado, o ex-presidente antecipou parcela do benefício um dia após o primeiro turno das eleições.
Os senadores do PT alertaram, na época, para o risco de superendividamento das famílias carentes que necessitam dos recursos do programa assistencial para sobreviver com o mínimo de dignidade.
Nesta semana, o governo Lula anunciou mudanças no modelo de concessão do empréstimo. Na prática, uma nova medida reduziu juros, cortou número de parcelas permitidas e abaixou o limite de desconto de consignado. A iniciativa, disse o governo, visa reduzir o endividamento das famílias mais pobres.
Com informações de agências de notícias