reflexo do negacionismo

Defesa da ciência se faz urgente no combate ao negacionismo

Senadores repreendem discurso charlatanista de profissionais que vendem “terapia de reversão vacinal”
Defesa da ciência se faz urgente no combate ao negacionismo

O negacionismo proclamado e defendido pela gestão anterior que vitimizou mais de meio milhão de brasileiros e brasileiras durante a pandemia de Covid-19 continua causando vítimas no Brasil.

Reportagem do UOL, publicada nesta segunda-feira (27), traz a informação de que um médico tem ofertado consultas, por aplicativo de mensagens – como o Whatsapp –, oferecendo serviços como “tratamento precoce”, “tratamento pós-covid” e, atém mesmo, um suposto “detox vacinal” por R$ 470.

Medicamentos como a ivermectina, comprovadamente ineficaz contra o coronavírus e receitados por médicos negacionistas durante o auge da pandemia, continuam sendo indicados como uma suposta solução para a retirada da proteína spike — o encaixe químico usado pelo vírus para infectar as células humanas.

Além disso, vitaminas, anti-inflamatórios e uso de 100 mg de aspirina por dia pelo resto da vida também são parte do tratamento de desintoxicação dos “efeitos nocivos da vacina”.

Foto: Alessandro Dantas

“Lamentavelmente, vimos difundir-se essa triste prática, alicerçada no negacionismo da ciência, utilizada por oportunistas sem nenhum respeito pela vida humana. Por isso também é fundamental que esses casos sejam devidamente investigados e punidos. Porque trata-se de um crime contra a saúde”, destacou Rogério Carvalho (PT-SE), primeiro-secretário do Senado.

“Na CPI da Covid-19, por exemplo, nós revelamos casos monstruosos de testes em seres humanos sem qualquer comprovação científica e isso não pode ser esquecido”, lembrou Rogério, que foi membro ativo na investigação parlamentar.

O presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), senador Humberto Costa (PT-PE), lembrou de denúncia feita por ele já na época da CPI, de que existe todo um mercado com pessoas lucrando em cima da boa-fé dos brasileiros.

“Há muitos enganando gente crédula com tratamentos e medicamentos ineficazes e até com risco à saúde e à vida enquanto enriquece às custas disso. É caso de polícia, é caso de ação imediata do Conselho Regional e do Conselho Federal de Medicina para impedir que maus profissionais usem da sua titulação para cometer crimes atrozes como esses que estão sendo praticados à vista de todos”, enfatizou o senador, autor do livro “A Política Contra o Vírus”, em que revisita a investigação da qual fez parte.

Foto: Alessandro Dantas

Ainda segundo a reportagem do UOL, outra médica, com consultório em área nobre de São Paulo, cobra R$ 1,8 mil para realizar uma “terapia de reversão vacinal”, afirmando anular supostos “efeitos adversos”.

Na avaliação do senador Rogério Carvalho, a disseminação de discursos e práticas antivacina no Brasil dão a verdadeira dimensão dos desafios a serem enfrentados pelo governo Lula na recuperação dos índices vacinais no país.

O resgate da credibilidade da ciência, sobretudo devido à epidemia do charlatanismo que tomou conta do Brasil nos últimos anos, a retomada das campanhas de vacinação e a promoção de políticas que priorizem a saúde, educação e investimentos na ciência são alguns dos pontos essenciais a serem trabalhados pela atual gestão.

“Agora é hora de agir de modo responsável e célere para que possamos implementar políticas que promovam a saúde, o bem-estar da população e a massificação da compreensão coletiva daquilo que realmente importa: proteger e salvar vidas”, concluiu Rogério Carvalho.

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