Delcídio espera que ANP anuncie em breve novos leilões

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) disse que espera para breve a divulgação pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de uma rodada de leilões para exploração de petróleo em novos campos, nem que sejam em terra (onshore). “Ficar quatro, cinco anos sem a realização de novas rodadas de leilão é ruim porque corremos o risco de termos apenas campos em produção que já passaram pelo processo de licitação”, alertou, nesta terça-feira (08/08), logo após participar da sabatina de recondução da engenheira civil Magda Chambriard para o cargo de diretora-geral da ANP, na Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado.

Segundo Delcídio, é necessário retomar os leilões de novos campos de petróleo pelo fato de que uma nova rodada de licitação induz as empresas petrolíferas globais a se organizar e participar desses eventos que são importantes para aumentar a produção brasileira.

Gás de Xisto

O senador comentou a ampla reportagem divulgada recentemente pela revista The Economist sobre a exploração de gás de xisto pelos Estados Unidos que pode, segundo ele, mudar a geopolítica mundial. Xisto betuminoso é uma rocha sedimentar, normalmente argilosa, rica em matéria orgânica. Essa rocha, quando submetida a temperaturas elevadas, libera óleo, água e gás. Assim como os Estados Unidos, o Brasil tem um significativo potencial nessa área.

Delcídio afirmou que as mudanças introduzidas na matriz energética pelo presidente norte-americano, Barack Obama, a partir de 2008, tem produzido uma expressiva transformação nessa área específica, já que o gás de xisto passou a ter maior representatividade na matriz energética norte-americana.

“E isso pode trazer mudanças geopolíticas no futuro”, salientou. A partir do momento em que os Estados Unidos reduzem a necessidade de importação de petróleo e passa a dar um tratamento diferenciado para os biocombustíveis, introduzindo o gás de xisto e o etanol na matriz energética, o efeito quase imediato é uma profunda inversão na sua dependência de petróleo.

O consumo diário de petróleo nos Estados Unidos corresponde a aproximadamente 23 milhões de barris/dia. Em 2008, aquele país importava 17 milhões de barris de petróleo por dia e, atualmente, com as mudanças efetuadas na matriz energética, a importação caiu para 12 milhões de barris/dia, representando uma economia de 5 milhões de barris.

“Não há dúvida alguma que nós teremos uma grande transformação que nos obriga adotar uma série de providências para não ficarmos para trás”, salientou, acrescentando que os Estados Unidos estão aproveitando os benefícios da ciência e tecnologia e a qualidade intelectual para aprimorar a exploração do gás contido nas rochas. “Ao mudar sua matriz energética, os Estados Unidos se preparam para ser dono de basicamente tudo aquilo que consome. E isso é uma mudança extraordinária no cenário global”, afirmou.

Marcello Antunes

Dados da ANP sobre a produção de junho de 2012

–  A produção de petróleo no Brasil foi de aproximadamente 2.033

Mbbl/d;

– Redução de aproximadamente 4,9% na produção de petróleo se

comparada com o mesmo mês em 2011;

– Redução de aproximadamente 0,7% na produção de petróleo se

comparada ao mês anterior;

–  A produção de gás natural no Brasil foi de aproximadamente 72

MMm³/d;

– Recorde na produção de gás natural, superando a produção

realizada em dezembro de 2011, quando foi em média 71,4

MMm³/d;

–  Aumento de aproximadamente 7,0% na produção de gás natural se

comparada ao mesmo mês em 2011;

– Aumento de aproximadamente 5,2% da produção de gás natural se

comparada ao mês anterior;

– A queima de gás natural foi de aproximadamente 3,5 MMm³/d;

_ Redução de aproximadamente 20,1% na queima de gás natural se

comparada ao mesmo mês em 2011;

– Redução de aproximadamente 1,1% na queima de gás natural se

comparada ao mês anterior;

– Na produção de gás natural, destaque para o desempenho do poço

produtor do campo de Canapu (4BRSA265ESS), Bacia do Espírito

Santo, que retomou a produção após quatro meses fechado. O poço

foi o 5º maior produtor de gás natural com uma vazão média de 1,3

MMm³/d. Também é possível destacar a produção dos campos de

Lagosta e Merluza, após operações de manutenção realizadas na

Plataforma de Merluza (PMLZ), e o aumento de cerca de 29% na

produção de gás natural no campo de Lula, se comparada ao mês

de maio de 2012;

– O campo de Marlim Sul foi o de maior produção de petróleo e o

segundo maior produtor de gás natural, com uma produção média

de 331,7 Mboe/d;

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