O PIB deverá ficar em torno de 3%, disse Tombini |
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse que há indicações de continuidade da expansão da economia brasileira no segundo trimestre, após o crescimento de 0,6% registrado nos primeiros três meses do ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao participar de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, reafirmou que a atividade interna continuará sendo impulsionada pelo mercado interno, pelo consumo das famílias, que se mantém constante e continuará assim pelo crédito, pelos programas de transferência de recursos públicos e pelo aumento da renda.
Tombini ainda comentou a perspectiva de aumento na taxa de investimento da economia, puxado pelos programas de concessões e pelos investimentos no petróleo.
Segundo ele, o BC divulgará as novas previsões oficiais para a economia brasileira no Relatório de Inflação. Ele não adiantou números, mas disse que a previsão de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) ficará “ao redor de” 3% neste ano. No último documento, a estimativa estava em 3,1%.
Vigilante
Tombini reiterou que a instituição fará o que for preciso com a devida “tempestividade” para colocar a inflação em declínio e fazer com que ela prossiga nessa tendência.“O Banco Central está vigilante e fará o que for necessário para colocar a inflação em declínio no segundo semestre e fazer com que essa tendência prossiga no próximo ano”, disse.
Ele reafirmou que o BC passou a expressar preocupação com a inflação em janeiro deste ano e, desde então, mudou sua comunicação e indicou que elevaria a taxa básica de juros. Em abril, o Copom aumentou a Selic em 0,25 ponto percentual. Em maio, houve elevação de 0,5 ponto percentual e, atualmente, a Selic está em 8% ao ano.
Segundo o presidente do BC, o combate à inflação contribuirá para fortalecer a confiança na economia.
O presidente do BC ressaltou que, apesar de estar caindo mês a mês, a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ainda está aumentando no acumulado em 12 meses. Segundo ele, essa tendência permanecerá até o início do segundo semestre, quando, enfim, a inflação também cairá no acumulado em 12 meses.
Choques
De acordo com Tombini, choques de oferta em produtos agrícolas, como a seca nos Estados Unidos no ano passado e o aumento no preço de hortaliças provocado pelas chuvas no início do ano, foram os responsáveis pela alta da inflação no começo de 2013. Segundo ele, a inflação estava convergindo para o centro da meta até meados do ano passado, quando fatores externos passaram a pressionar os índices. “A intensidade dos choques não foi desprezível. Em junho de 2012, o IPCA acumulado em 12 meses estava em 4,9%. Todos os índices estavam em trajetória declinante. Na época, o Banco Central projetava que a inflação fecharia o ano em 4,7%, mas os choques empurraram os índices para cima”, explicou.
Informações da Agência Brasil