O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), volta a ser o centro das atenções nesta quarta-feira (27/06), na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos – o Carlinhos Cachoeira. Os parlamentares que participam das investigações esperam ouvir o ex-tesoureiro da campanha de Perillo ao governo em 2010. Jayme Eduardo Rincón hoje preside a Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop).
Ele deverá esclarecer alguns pontos de conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal e informações do inquérito que mencionam depósitos de R$ 600 mil pela rede do contraventor na conta da empresa Rental Frota LTDA em meados de 2011. Rincón é um dos sócios da empresa – tem 33% de participação. A empresa confirmou o pagamento, mas garante que ele é referente à venda de 28 veículos usados.
O tesoureiro de Perillo já foi convocado antes, mas encaminhou um atestado médico à CPMI alegando problemas de saúde e não compareceu. Ele diz ser portador de um aneurisma, mas, de acordo com informações obtidas por parlamentares que integram a Comissão de Inquérito, prossegue trabalhando normalmente na Agetop.
Chefe de gabinete
A segunda depoente desta quarta-feira é Eliane Gonçalves Pinheiro. Ela foi chefe de gabinete de Marconi Perillo e é acusada de repassar informações sobre operações policiais ao grupo do contraventor.
A Polícia Federal diz que Eliane avisou ao prefeito de Águas Lindas (na periferia de Brasília, mas já no estado de Goiás), Geraldo Messias, que agentes fariam uma operação de busca na casa dele numa operação de combate a fraudes contra a Receita Federal em Goiás. Ela também seria uma das integrantes do grupo que recebeu do contraventor telefones Nextel habilitados em Miami, nos EUA.
Eliane pediu exoneração do cargo assim que as denúncias vieram à tona. Ela também já foi convocada para depor anteriormente, mas conseguiu habeas corpus para ter o direito de permanecer em silêncio e também alegou problemas de saúde para não comparecer.
Radialista
O terceiro depoimento está entre os mais aguardados da semana. Até porque, dificilmente a testemunha deve apelar à Justiça para deixar de depor. Luiz Carlos Bordoni é radialista e afirmou, em entrevista à imprensa, ter recebido dinheiro da Alberto & Pantoja Construções para prestar serviço à campanha de Marconi Perillo ao governo de Goiás em 2010. De acordo com a Polícia Federal, a Alberto & Pantoja é uma empresa de fachada de Carlinhos Cachoeira que lavaria dinheiro da empreiteira Delta.
Parte do pagamento, no valor de R$ 45 mil, teria sido feito em um depósito na conta da filha do radialista, Bruna Bordoni, que já trabalhou no gabinete do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).
Também à imprensa, o radialista afirmou que outra parte do pagamento foi feito diretamente por Perillo, que negou o fato por meio de nota oficial, informando que “jamais fez pagamentos a quem quer que seja” e que sempre recebeu jornalistas em seu escritório, incluindo Bordoni, mas para conversas sobre temas políticos da época. O governador abriu processo contra o radialista.
Giselle Chassot, com agências on lines
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