Boa notícia: menos 70 mil pessoas procurando emprego no Brasil entre dezembro e outubro de 2013. O número consta em levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nessa quinta-feira (30). Em percentuais, o número de desempregados reduziu 0,3% frente a novembro de 2013 (4,6%), alcançando um recorde: a menor taxa de desocupação desde o início da série histórica (março de 2002). Com esse resultado, na média dos 12 meses de 2013, a taxa de desocupação ficou em 5,4%, também a menor média anual.
Pelo menos dois fatores simultâneos explicam o resultado da pesquisa: houve criação de vagas, mas também um contingente de pessoas saiu do mercado de trabalho, um movimento que ocorreu por todo o ano de 2013. Em dezembro, a população empregada aumentou em 37 mil pessoas, mas ao mesmo tempo, outras 33 mil saíram do mercado de trabalho. Por esse motivo, a população desempregada caiu em 70 mil pessoas. A população ocupada somou 23,3 milhões, estável nas comparações com novembro de 2013 e com dezembro de 2012.
No acumulado de 2013, 20 mil pessoas deixaram de procurar emprego. A média de pessoas desocupadas (1,3 milhão) reduziu em 0,1%, na comparação com 2012. Se comparado com 2003, quando o número de desempregados era de 2,6 milhões, a queda da desocupação registrada é de 49,5% – menos 1,3 milhão de pessoas procurando uma vaga no mercado de trabalho. Ou seja, em 10 anos, o desemprego no Brasil caiu pela metade.
De acordo com os dados do IBGE, a população não economicamente ativa cresceu, na média do ano, em um ritmo quase três vezes maior em 2013 (1,64%) que a população economicamente ativa (0,57%), o que pode ter ajudado a baixar a taxa de desemprego.
Renda
O ritmo de crescimento do rendimento médio real do trabalhador em 2013 foi o mais baixo desde 2005, apontou a pesquisa. Em 2013, o ganho médio real subiu 1,8% em relação a 2012, quando havia aumentado 4,1%. Em 2005, esse indicador teve alta de 1,5% frente ao ano anterior. Entre 2006 e 2012, o resultado mais baixo foi observado no período 2010-2011, com alta de 2,7%.
Na comparação com 2003, primeiro dado anual da PME, o rendimento médio real das seis principais regiões metropolitanas do país cresceu 29,6%. Nessa base de comparação, todas as regiões tiveram alta no rendimento, com as maiores variações em Belo Horizonte (43,6%) e Rio de Janeiro (40,3%). A pesquisa do IBGE abrange as regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
Em dezembro de 2013, o rendimento médio real habitualmente recebido pelo trabalhador ficou em R$ 1.966,90, valor 0,7% menor que a média de novembro. A quantia, porém, supera em 3,2% a média registrada em dezembro de 2012.
Confira a íntegra da pesquisa do IBGE
Com IBGE e Valor Econômico
Foto: EBC
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