A política de destruição do Estado brasileiro promovida pela dupla Jair Bolsonaro e Paulo Guedes tem feito explodir o número de trabalhadores em greve no início deste ano. Nesta segunda-feira (03) a greve dos petroleiros avançou para 11 estados do país e 20 bases operacionais, até o início da manhã. Ao longo do dia, novas adesões devem ocorrer, fazendo avançar o movimento, que entra hoje no terceiro dia de paralisação.
A decisão da categoria foi tomada após o anúncio do fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. A decisão é mais um movimento do atual governo para desestruturar a Petrobras.
“Estamos tentando chamar visibilidade para o problema que o fechamento vai impactar, tanto economicamente, quanto socialmente. O sistema Petrobras como um todo irá entrar em greve contra essas demissões em massa, pedindo para que a empresa crie alternativas”, disse o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná (Sindiquímica-PR), Santiago dos Santos.
Na avaliação da procuradora do Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR), Cristiane Sbalqueiro Lopes, a Petrobras não está preparada e munida dos estudos necessários para tomar a decisão de fechar a Fafen.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras, afirmou que o processo de venda de subsidiárias da Petrobras, criadas por lei, é uma forma de burlar a legislação.
“Todo processo de venda das subsidiárias da Petrobras é uma burla do princípio legal de que a Petrobras precisa aprovar as vendas de ativos de empresas estatais, que fazem parte do patrimônio do povo brasileiro”, explicou o senador. Ele ainda explicou que medidas legislativas e judiciais serão tomadas para impedir a venda dessas empresas.
Mais greves e mais demissões
Os funcionários da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) iniciaram no final de janeiro uma greve em resposta aos anúncios da privatização. O movimento dos trabalhadores obrigou a estatal a suspender o programa de demissões iniciado neste mês. A intenção da diretoria é reduzir a força de trabalho da Dataprev em 15%.
13 funcionários da unidade de Sergipe já haviam recebido uma carta informando o desligamento. No entanto, na quarta-feira (29), eles foram avisados que as demissões estavam canceladas. A estatal pretende fechar 20 unidades.
Os funcionários da Casa da Moeda também iniciaram, nesta segunda-feira (3), uma greve de advertência de 24 horas, que de acordo com os trabalhadores, paralisa a produção de passaportes. Os empregados realizam manifestação contra a privatização e alteração de benefícios trabalhistas promovidos pela diretoria da instituição.
As declarações do diretor de gestão, Fábio Rito, sobre a possibilidade de privatização ou extinção da Casa da Moeda, já foram alvo de protesto dos empregados. Ele defende que a instituição se torne mais eficiente diante do prejuízo de R$ 200 milhões registrado em 2019.
Os trabalhadores dos Correios também aprovaram, na última quinta-feira (29), um calendário com indicativo de greve. Há algum tempo, a categoria luta para não perder o direito ao plano de saúde, conquistado há mais de 40 anos. A empresa também tem sofrido com constantes ameaças de privatização.
Com informações de agências de notícias