A constatação é com base no preço dos itens |
A alta do preço da cesta básica em 16 das 18 capitais, pesquisadas em março, foi segurada pela desoneração da cesta básica. É o que informa a pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada nesta segunda-feira (8).
Em nota técnica sobre o comportamento dos preços dos produtos desonerados pela Medida Provisória 609/2013, o Dieese informa que dos 13 itens do levantamento mensal da instituição, cinco tiveram redução de tributos: carne, manteiga, café, açúcar e óleo (os demais itens já eram isentos de tributação). “A grande maioria dos preços do conjunto de produtos desonerados apresentou queda de preço em relação ao mês anterior”. Óleo, carne e açúcar foram os produtos que tiveram redução no preço na maioria das capitais: 16, 15 e 12, respectivamente.
Segundo o Dieese, o comportamento de queda dos preços dos produtos desonerados “que eles podem ter contribuído para a redução do custo da cesta na maioria das capitais pesquisadas”. “A constatação é com base no preço dos itens desonerados pode ter contribuído para reduzir o aumento do valor da cesta básica em 15 das 18 capitais.”
“Embora neste momento a observação dos preços dos produtos desonerados mostre que a medida apresenta resultados positivos, é preciso continuar acompanhando a evolução nos próximos meses, para avaliar o efeito da desoneração”, diz a instituição.
As maiores elevações foram nos preços dos produtos da cesta básica foram registrados em Vitória (6,01%), Manaus (4,55%), e Salvador (4,08%), e houve retrações no preço da cesta apenas em Florianópolis (-2,25%) e Natal (-1,42%). São Paulo continua a ser a capital com a cesta básica mais cara do País (R$ 336,26) – seguida de Vitória (R$ 332,24), Manaus (R$ 328,49) e Belo Horizonte (R$ 323,97). Os menores valores foram observados em Aracaju (R$ 245,94), João Pessoa (R$ 274,64) e Campo Grande (R$ 276,44).
A MP 609/2013 prevê a redução para zero das alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP, da COFINS, da Contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação, que incidem sobre a cesta básica.
Comportamento dos preços
Em fevereiro, os preços da farinha aumentaram em maior número de capitais (17 das 18 pesquisadas). Assim como verificado nos meses anteriores, as elevações mais expressivas no último mês foram apuradas nas capitais do Norte e Nordeste, onde é pesquisada a farinha de mandioca. No caso da farinha de mandioca, os
preços ao consumidor vêm sendo influenciados pela quebra de safra que leva as farinheiras do Norte e Nordeste a se abastecerem com produtos do Centro-Sul. O preço da farinha de trigo pode sofrer impacto da quebra de safra e também das importações nos próximos meses, tendo em vista que o governo zerou a Tarifa Externa Comum (TEC) para o trigo de fora do Mercosul.
O preço do feijão ficou mais caro em 16 capitais no mês de fevereiro. As maiores elevações ocorreram em Belo Horizonte (12,23%), Campo Grande (10,71%) e Manaus (8,91%). Os menores aumentos foram anotados em Brasília (0,25%), Salvador (0,39%) e Rio de Janeiro (1,06%).
O tomate, no varejo, também teve alta em 16 capitais. Os maiores aumentos ocorreram em Recife (56,70%), João Pessoa (40,30%) e Fortaleza (34,38%). As menores oscilações foram verificadas em Goiânia (3,00%), Salvador (4,97%) e Florianópolis (7,08%). Os recuos nos preços foram anotados em Vitoria (-11,70%) e Brasília (-0,41%). Apesar da entrada da safra de verão, com a colheita programada até abril, os preços seguem pressionados no atacado devido à redução de área e produção.
Em fevereiro, a batata ficou mais cara em sete das 10 capitais da região Centro-Sul, onde é pesquisada. Os maiores aumentos do tubérculo deram-se em Belo Horizonte (33,90%), São Paulo (8,91%) e Curitiba (6,72%). Houve recuo em três capitais: Goiânia (-12,15%), Vitória (-3,57%) e Brasília (-2,51%).
No mês de fevereiro, houve queda nos preços do arroz em 14 cidades. As mais significativas ocorreram em Salvador (-4,63%), Belo Horizonte (-3,59%) e Belém (3,58%). Os aumentos ocorreram em três capitais: Aracaju (2,86%), Manaus (1,23%) e Brasília (1,21%). A queda pode estar relacionada à proximidade da colheita nos próximos meses, fator que vem pressionando os preços ao produtor desde o começo do ano.
Para o óleo de soja, houve predominância de queda de preço entre as capitais (14 localidades). As retrações mais significativas ocorreram em Salvador (-4,63%), Recife (-4,61%) e Fortaleza (3,79%). Os aumentos foram apurados em quatro cidades: Natal (2,34%), Goiânia (2,16%) e com variação idêntica, Vitória e Florianópolis (1,07%). Este resultado do mês pode refletir o desempenho favorável da safra de soja no país, o que vem influenciando os preços do litro do óleo de soja no atacado e varejo.
O preço do leite in natura também oscilou sem tendência definida. Houve aumento em nove cidades, com as maiores altas em: Recife (3,37%), Natal (2,46%) e, próximo à estabilidade, João Pessoa (0,80%). Os recuos foram apurados em sete localidades, sendo os mais expressivos em: Florianópolis (-17,83%), Belo Horizonte (-1,80%) e Brasília (-1,20%). Em Porto Alegre e Curitiba, os preços do leite permaneceram estáveis.
Com informações de agências onlines e do Dieese
Foto: http://rmnofoco.blogspot.com.br/
Veja a pesquisa completa do Dieese
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