Presidenta Dilma pontua diferença entre situação econômica do Brasil e da Europa.
“É diferente aqui. E eu quero |
A presidenta Dilma concedeu entrevista, nesta terça-feira (26), ao jornal El País, que estreia sua edição em português para o Brasil. Falou das manifestações que mobilizaram o País a partir do mês de junho, sobre a espionagem americana e sobre os cinco pactos para movimentar o País e transformar áreas que ela ainda considerava complicadas, como saúde e infraestrutura, além de mudanças políticas.
A análise do jornalista foi tão positiva que reconhece a recuperação “extraordinária” na apreciação popular – reconhecida pelos números da pesquisa que conferem à presidenta uma larga margem de vantagem sobre os adversários na próxima corrida presidencial.
El País faz elogios à presidenta e diz que ela “foi a única a perceber de imediato a importância do que estava acontecendo, a única a tomar a iniciativa política de escutar a rua, e a única a superar em poucos meses o desabamento de popularidade que aconteceu durante aqueles dias extraordinários”.
A pedido do repórter, comentou também o que o entrevistador chamou de “desaceleração econômica e que, para Dilma reflete um momento econômico muito específico. Ao falar da importância do ajuste fiscal, a presidenta refutou qualquer chance de adotar medidas ortodoxas como as aplicadas na zona do euro. Enfatizando que o Brasil não tem uma dívida como a da Espanha, ela afirmou que a discussão no Brasil é outra – “se o superávit primário será de 1,8%, 1,9% ou 2%”.
“É essa discussão. Não é se nós aumentamos a dívida. É diferente aqui. E eu quero ter 5,2% de desemprego, e não quero aumentá-lo. Porque dizem: ‘Não, vocês precisam aumentar o desemprego’. Que aumentem eles! Nós continuaremos impedindo que o desemprego se amplie. Por isso desoneramos a folha de pagamento [as contribuições do INSS deixaram de ser descontadas das folhas para serem retidas do faturamento bruto das empresas]. Não reduzimos os direitos sociais. Estamos com a renda crescendo. Aqui é assim”.
Para a presidenta Dilma Rousseff, manifestações pacíficas são legítimas. Mais: são uma forma de rejuvenescer o País. Para ela, a mobilização popular iniciada em junho não é um ponto fora da curva, mas a própria curva. Os quebra-quebras, porém, não se justificam: “Esse pessoal de cara tampada que quebra patrimônio público, patrimônio privado e fere pessoas não está exercendo a democracia, está exercendo a barbárie”, analisou.
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