Dilma diz que impeachment é pretexto para cortar verbas de programas sociais

Dilma diz que impeachment é pretexto para cortar verbas de programas sociais

Dilma: querem chegar, sentar na minha cadeira mas sem votoO risco de descontinuidade dos programas sociais brasileiros é total caso o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff avance no Congresso. O alerta foi dado pela  própria presidenta nesta terça-feira (26), durante a entrega simultânea de 5.293 moradias do programa Minha Casa Minha Vida. 

Segundo  Dilma, a expressão “revistar programas sociais”, que vem sendo usada pelos que pretendem assumir seu mandato após o impeachment, é um eufemismo para não dizer que cortarão verba de programas sociais que beneficiam a população, como o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família. 

“Querem chegar, sentar na minha cadeira mas sem voto. Esse é o problema. Isso é muito confortável. Você não tem que prestar contas para o povo brasileiro, você não tem o que explicar o que eles vão fazer com os programas sociais. O programa deles começa com uma coisa muito grave. Eles falam assim: nós vamos revisitar os programas sociais. O que é revisitar os programas sociais? Revisitar programas é diminuir a quantidade de dinheiro que o governo federal investe para diminuir a prestação da casa própria que vocês pagam hoje. Isso se chama revisitar programas sociais”. 

Aos gritos de ‘não vai ter golpe’ e ‘fica, querida’, ela disse que o processo de impeachment também representa o impeachment dos programas sociais estabelecidos nos últimos 13 anos no Brasil. 

“Juntos conseguiremos impedir, paralisar, não deixar caminhar esse golpe. Golpe contra a democracia do nosso País. É um golpe também contra tudo que construímos nesses 13 anos. É um golpe contra o Bolsa Família, contra o Minha Casa Minha Vida, […] contra o Pronatec, contra o Orçamento que tem parte importante destinada à população do País. Nós sempre seremos vencedores porque a democracia sempre será o lado certo”, disse. 

A presidenta também reiterou que está sendo vítima de uma grande injustiça, já que está ser julgada por medidas que tomou para melhorar a vida do povo brasileiro. 

“Eles falam que o impeachment é previsto na Constituição. É previsto, só que tem que eles não completam o resto da frase. Qual é o resto da frase? É permitido o impeachment quando há crime de responsabilidade. Acontece que eu não cometi nenhum crime de responsabilidade. Por que eu digo isso? Digo isso porque insistem em dizer que não é golpe”, afirmou. 

Dilma lembrou que nunca recebeu dinheiro de propina, não tem contas no exterior e não é acusada de corrupção. “E o mais importante: o pior é que quem me julga é corrupto. Essa pessoa, que é o presidente da Câmara (deputado Eduardo Cunha), é uma pessoa que todo mundo sabe tem conta no exterior, que é acusado pela Procuradoria-Geral da República”. 

A presidenta enfatizou ainda que as chamadas pedaladas fiscais não configuram crime de responsabilidade e são praticadas desde 1994. “Aí em 2015 virou crime. E isso significa o quê? Dois pesos e duas medidas, significa injustiça”, criticou. 

Além de agradecer as manifestações de solidariedade e apoio da população, Dilma citou nominalmente cada um dos 24 deputados baianos que votaram contra a abertura do processo de impeachment na Câmara dos Deputados. 

“Fico muito feliz e agradeço toda a solidariedade, mostrando que vocês não se conformam contra esse processo, que vão lutar contra esse processo. Ninguém pode se conformar com isso”. 

Antes de subir ao palco, a presidenta recebeu um abraço coletivo de dezenas de mulheres. 

Com informações das agências de notícias e do Blog do Planalto 

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