Vamos lutar para preservar a Constituição e a democracia, diz Humberto

Vamos lutar para preservar a Constituição e a democracia, diz Humberto

Humberto: “Vocês que defendem esse golpe terão de conviver com a vergonha de firmar aliança com o facínora do Eduardo Cunha e o conspirador Michel Temer”Em discurso na tarde desta segunda-feira (25), o senador Humberto Costa (PT-PE) alertou os senadores para a associação que estarão sujeitos se apoiarem o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, que não cometeu crime algum. “Vocês que defendem esse golpe convivam com a vergonha de estarem transformando o Brasil numa república de bananas; convivam com a vergonha de estarem ombreados, lado a lado, com Jair Bolsonaro, o idiota funcional que arrumaram para arregimentar apoios fascistas; convivam com a vergonha dessa aliança que firmaram com o facínora do Eduardo Cunha e o conspirador Michel Temer”, afirmou. 

Para o senador, os apoiadores do golpe construído por Cunha na Câmara ficarão atolados no lamaçal, na sujeira na qual pretendem afundar o Brasil. “Mas do lado de cá, nós vamos lutar com todas as nossas forças para tirar o País dessa situação, preservar a Constituição e a ordem democrática, e dizer não a essa vergonha que querem impor à nossa democracia”, disse Humberto. 

A estratégia continuará a mesma, ou seja, denunciar a tentativa imoral, ilegal e ilegítima de apear da Presidência da República uma mulher eleita pela maioria expressiva do povo brasileiro. “Consideramos esse processo absolutamente nulo, tendo em conta que não há qualquer crime de responsabilidade cometido pela presidenta da República que justifique o seu impeachment”, observou. 

Segundo Humberto, toda a bancada petista e senadores de outras bancadas contra o golpe continuarão vigilantes para que – sendo esse impeachment, por si só, uma monstruosidade jurídica – não venha a ser mais maculado por decisões viciadas e tendenciosas que o tornem ainda mais aberrante à luz das noções básicas do Direito. 

“A decisão tomada pela Câmara dos Deputados, conduzida pela figura abjeta de Eduardo Cunha, foi uma ignomínia que entrou para as páginas da história deste País e que este Senado ainda tem a oportunidade de reparar. O que restou daquele domingo foi a ressaca da vergonha. Os defensores do golpe refluíram, indicando claramente o clima de constrangimento de que foram tomados ao assistir àquela sessão dantesca”, salientou. 

Humberto lembrou que a Câmara, presidida por um réu, não tinha moral política para abrir qualquer procedimento contra a presidenta Dilma, que não cometeu crime e sequer tem contas secretas na Suíça para receber propina. “Mais de 70% dos que votaram “sim” (na Câmara) respondem na Justiça por questões penais; outros tantos são investigados por improbidade administrativa; 452 dos 513 deputados federais têm pendências com Tribunais de Contas, justamente a origem do que a Câmara apontou como crime de responsabilidade da presidenta; outros 75% dos que defenderam o impedimento estão pendurados com processos na Justiça Eleitoral”, apontou. 

Essa fotografia dos representantes da Câmara que votaram pela abertura do processo contra Dilma chegou a ser chamada de gangue de bandidos pelo jornal norte-americano The New York Times. Aliás, para Humberto, a imprensa internacional tem feito um trabalho preciso de interpretar a narrativa criada pelos golpistas, já que a imprensa nacional tem sido completamente cega, por conveniência ou por incompetência mesmo. Humberto elencou jornais do mundo inteiro que apontam e denunciam, a cada dia, a farsa criada para apear Dilma da Presidência. 

“Li, com assombro, que Michel Temer teria mandado prepostos seus aos Estados Unidos para mudar a visão dos jornais internacionais. Talvez o vice-presidente ache que possa oferecer cargos e Ministérios ao The New York Times ou ao Washington Post para que eles mudem de lado. Essa banca de feira pode funcionar no Palácio do Jaburu, não no exterior”, afirmou. Humberto acrescentou, ainda, ser preciso entender que não é só a defesa de uma pessoa ou governo que está em jogo nesse triste momento. “Estamos defendendo, fundamentalmente o Estado democrático de Direito”. 

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