Dilma estará em manifestações para denunciar governo podre, diz Humberto

Dilma estará em manifestações para denunciar governo podre, diz Humberto

Humberto: estão claros os verdadeiros motivos para a derrubada de Dilma. E eles não são nada republicanosA presidenta Dilma Rousseff estará cada vez mais presente em manifestações como a que aconteceu nessa segunda-feira (30), na Universidade de Brasília, para denunciar o complô armado para a derrubada de um governo legitimamente eleito. Segundo o senador Humberto Costa (PT-PE), que participou do encontro, a ideia é formar uma rede de legalidade contra o governo provisório que, segundo definição da própria presidenta, está sendo corroído por dentro, como uma árvore condenada a cair. 

“O que aconteceu na UnB foi uma festa digna de uma presidenta que está absolutamente sólida, firme, serena e disposta a lutar, com todas as suas forças, para mostrar ao povo brasileiro o golpe de que foi vítima e retomar o mandato que lhe foi conferido pela população”, relatou Humberto, em pronunciamento ao plenário nesta terça-feira (31). 

Humberto disse estar convicto de que muitos dos senadores que votaram pela admissibilidade do processo contra Dilma já estão conscientes da completa inviabilidade da junta provisória que ocupou o Planalto e da inexistência dos crimes de que a presidenta foi indevidamente acusada. “A população brasileira já acordou para esse engodo que lhe foi vendido e tenho a absoluta certeza de que as próximas pesquisas de opinião virão atestar isso que nós já sentimos nas ruas”, disse. 

E lembrou que, em apenas 19 dias, já são dois os integrantes do primeiro escalão da junta golpista a cair, “em razão da patacoada em que se meteram por declarações gravadas em sigilo e, posteriormente, vazadas”. Para o senador, eles “foram demitidos não só pela opinião pública como também pela opinião publicada”. 

Ele acrescentou que as gravações de Sérgio Machado serviram para deixar muito claro que quem conspirou para afastar Dilma do Planalto não estava preocupado com o País, mas com os próprios e obtusos interesses. “É importante registrar o ensurdecedor silêncio nessas gravações que tratam da deposição da presidenta Dilma sobre as seis chamadas pedaladas fiscais, bem como sobre a questão referente ao Plano Safra 2015, temas que foram vergonhosamente utilizados para embasar o inexistente crime de responsabilidade de que ela é acusada”, apontou, destacando que tais conversas não poderiam mesmo ter existido, já que os supostos crimes que serviram de desculpa para o golpe simplesmente não existiram. 

“Essas conversas gravadas no desconhecimento dos interlocutores do autor atestam que todos os argumentos utilizados pelos carrascos de Dilma eram pura balela, cortina de fumaça usada apenas para afastá-la do mandato legitimamente conquistado”, concluiu. 

Cortes nos programas 

O que havia de verdadeiro na articulação anti-Dilma não era apenas empastelar a Operação Lava Jato e salvar o que Humberto chama de “alguns medalhões”.  Para ele, o que moveu essa quartelada civil foi, também, a imensa vontade de estancar a repartição de riquezas e o desenvolvimento inclusivo que estava em curso há alguns anos no Brasil. 

Foi assim que, em menos de 20 dias de desgoverno, Michel Temer atacou o programa Minha Casa Minha Vida, acabando com os subsídios para as famílias das Faixas 1, com renda de até R$ 1,8 mil, e 2, que ganham até R$ 3,6 mil, justamente os segmentos onde estão 85% do déficit habitacional do país.” Ou seja, em uma canetada só, o governo golpista destrói um dos maiores programas habitacionais da nossa história, voltado para as populações menos favorecidas, com a argumentação de que não vai mais gastar dinheiro com os pobres”, denunciou o senador. 

Não satisfeito com o desmote do programa que garante a realização do sonho da casa própria, os golpistas partiram para cima do Sistema Único de Saúde.

“A ideia é reduzir o SUS, passar a cobrar por procedimentos e empurrar a população para os planos de saúde privados”, criticou Humberto. 

O senador acrescentou que a próxima vítima deve ser a educação, com os cortes nos investimentos para estruturação de creches, escolas e universidades públicas de qualidade. 

“Quero registrar aqui, igualmente, que o Bolsa Família está sob o pesado ataque dessa matilha, que pretende destroçá-lo retirando da cobertura do programa mais de 37 milhões dos 45 milhões de beneficiários”, denunciou Humberto, que listou outras medidas nefastas defendidas pelos usurpadores. 

“Então, Temer é o acelerador do atraso, é o comandante do retrocesso, é o capitão de uma nau errática e desgovernada, que sangra uma média de um ministro a cada dez dias”, concluiu o líder do governo Dilma que fez uma conta rápida. “Se ele tem 24 ministros e dois já se foram, é um governo provisório que não dura quatro meses porque está caindo de podre”. 

Giselle Chassot 

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