Dilma garante: Brasil evita “maldição do petróleo”

A presidenta afirmou que o País chega ao descobrimento de petróleo com estágio avançado de sua indústria e com capacidade de fornecimento.


Destinar recursos do petróleo para a saúde
e educação “é uma forma de usar esses
recursos, que são finitos, para construir
um presente e um futuro melhor, de maneira
irreversível”

A presidenta Dilma Rousseff afirmou, nesta segunda-feira (16) que o Brasil está preparado para não passar pelo fenômeno da “doença holandesa” — que ocorre quando um país tem grande entrada de recursos por causa da exploração de matérias-primas e acaba prejudicado pela valorização de sua moeda. Também afirmou que a exploração do campo de Libra, que deve ser leiloado no próximo mês, vai gerar a demanda de construção de até mais 17 plataformas.

“Novas plataformas significa consolidação da indústria naval, segundo a presidenta: “O Brasil chega ao descobrimento de petróleo com estágio avançado de sua indústria e com capacidade de fornecimento”, o que permite que afastemos a chamada doença holandesa”, disse.

“Não somos e não podemos ser um país que produz só o óleo bruto e que exporta empregos”, afirmou. Atualmente, segundo Dilma, as empresas brasileiras se mostraram capazes de atender a demanda interna e de competir internacionalmente.

“Tínhamos dois trabalhadores da indústria e uma missão dada pelo Lula que era implantar a indústria naval de volta no Brasil”, lembrou. “Na época, também havia a opinião generalizada que não tínhamos capacidade de engenharia para os projetos, nem trabalhadores qualificados nem empresas capazes. Dez anos depois, estamos em outra realidade, que mostra que de fato era uma avaliação muito preconceituosa”, criticou.

Para a presidenta, ficou demonstrado que faltava crença no Brasil, nas empresas brasileiras e, sobretudo, na capacidade dos trabalhadores. “Assim que tivessem oportunidade (empresas e trabalhadores), iriam agarrar com as duas mãos”, afirmou.

Ao participar da cerimônia de inauguração da Plataforma P-55 e da assinatura do contrato para construção da P-75 e da P-77, em Porto Alegre, Dilma destacou o impacto de quatro pontos que considera prioridades de seu governo: o petróleo, a indústria, a geração de empregos e a educação.

A cerimônia ocorreu em Porto Alegre. Originalmente, o evento estava marcado para Rio Grande (litoral sul gaúcho), onde fica o polo naval, mas foi transferido devido ao mau tempo na cidade.

Dilma ainda afirmou que a aprovação da destinação dos recursos do petróleo para a saúde e para a educação foi um dos “momentos mais importantes do País”. “É uma forma de usar esses recursos, que são finitos, para construir um presente e um futuro melhor, de maneira irreversível”, disse. O Governo Federal aprovou 100% dos recursos divididos entre as duas áreas, sendo 75% para a educação e 25% para a saúde. Além disso, ela destacou que os 50% do Fundo Social também vão para a educação.

Segundo ela, a fórmula de partição dos recursos é o melhor meio de aproveitar esses novos recursos. “Temos que colocar na educação, no pagamento melhor dos professores (os recursos) porque sem isso não seremos uma nação desenvolvida”, assegurou, destacando que a educação é o caminho mais seguro e viável para diminuir desigualdades e garantir que as gerações futuras tenham acesso a mais empregos e melhor capacitação profissional.

Plataforma

A P-55 é uma obra do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. É a maior plataforma do tipo semissubmersível totalmente construída no Brasil. A P-55 vai ter capacidade de produzir 180 mil barris de óleo e 4 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. A plataforma ficará ancorada em profundidade de 1.795 metros e terá, no total, 17 poços a ela ligados, sendo 11 produtores e 6 injetores de água.

Também foi assinado o contrato para construção dos módulos e integração das plataformas P-75 e P-77 da Cessão Onerosa com o Consórcio RIG (Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e IESA). As plataformas P-75 e P-77 fazem parte de um conjunto de quatro Unidades Estacionárias de Produção do tipo FPSO que estão sendo construídas para operarem nos campos da Cessão Onerosa, no pré-sal da Bacia de Santos. Os FPSO da Cessão Onerosa (P-74, P-75, P-76 e P-77) permitirão o desenvolvimento da produção de óleo e gás natural.

Foto: Presidência da República

Com informações do Blog do Planalto e agências onlines

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