Dilma na ONU: Bancada PT ressalta protagonismo do Brasil no mundo

Dilma na ONU: Bancada PT ressalta protagonismo do Brasil no mundo

 

“A postura de Dilma mostra que o
Brasil não é apenas mais forte,
mais rico e mais justo. É também
independente e digno, protagonista
internacional que se orgulha desse papel”

A fala da presidenta Dilma Rousseff na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) continua repercutindo no noticiário nacional e internacional e nas manifestações públicas de políticos, nesta quarta-feira (25). Capa dos principais veículos de comunicação, a decisão da chefe de Estado brasileiro de levar ao fórum internacional sua indignação com a espionagem norte-americana foi elogiada pelos petistas Ângela Portela (RR), Jorge Viana (AC) e Walter Pinheiro (BA), em pronunciamento no plenário do Senado Federal. Para eles, a atitude da presidenta demonstra que o Brasil, a partir do governo Lula, passou a ocupar uma posição de protagonista no cenário mundial.

“Raras vezes pudemos ver um Chefe de Estado brasileiro mostrar tanta dignidade, tanta altivez e tanta serenidade quanto a presidenta em seu pronunciamento”, afirmou Portela. “A postura adotada por Dilma revela coragem pessoal, articulação política, capacidade de indignação diante da injustiça. Mostra que o Brasil de hoje não é apenas mais forte, mais rico e mais justo. É também um País independente e digno, protagonista internacional que se orgulha desse papel. Não há quem duvide de que o Brasil mudou de patamar no quadro mundial. Foram-se, há muito, os tempos da irrelevância e subserviência”, completou.

Ângela Portela observou que o discurso da presidenta está de acordo com o “pensamento nacional”. Lembrou ela que o próprio Congresso brasileiro já havia se pronunciado na mesma linha, quando a interceptação dos Estados Unidos motivou a aprovação de um voto de repúdio no Senado e de uma moção de censura na Câmara dos Deputados.

protesto com relação à espionagem e exigindo explicações, desculpas e garantias de que elas não se repetirão.protesto com relação à espionagem e exigindo explicações, desculpas e garantias de que elas não se repetirão.reiterando que levou ao governo de Barack Obama o protesto com relação à espionagem e exigindo explicações, desculpas e garantias de que elas não se repetirão.

Críticas vazias
O complexo de vira-lata que ainda persiste arraigado em alguns setores da sociedade, especialmente ligados à oposição, tropeçou na baixa

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 “A Assembleia Geral da ONU não é um jogral
 onde um fala, o outro interrompe e responde”,
 ironizou

auto-estima e provocou críticas vazias à postura assumida por Dilma. O senador Jorge Viana lembrou, por exemplo, que houve quem consideração que a fala não teve efeito prático, uma vez que o presidente norte-americano não respondeu ao pronunciar-se na conferência. “A Assembleia Geral da ONU não é um jogral onde um fala, o outro interrompe e responde. Aqueles são discursos preparados com antecedência; cada um cumpre o seu script. A Presidenta foi firme, foi no tom certo”, ponderou.

“O Presidente Obama, a quem eu tenho por uma das mais importantes lideranças mundiais, fez um discurso como o senhor das guerras, tentando justificar, até indiretamente, em relação à espionagem, as atitudes e as ações dos Estados Unidos no sentido de quererem controlar tudo e todos, como a única superpotência no mundo de hoje”, observou Viana. “Dilma defendeu princípios que constam nas Constituições das democracias. E os Estados Unidos prezam tanto a privacidade, a liberdade, mas para eles; e a Presidenta pediu para todos.”

Propondo soluções

Mais do que compartilhar sua indignação, reiterou Ângela Portela e Jorge Viana, Dilma aproveitou para propor uma solução. A presidenta defendeu a criação de mecanismo multilaterais para garantir proteção efetiva aos dados que navegam pela internet.

 

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Segundo Pinheiro, a espionagem envolve
questões de defesa nacional e estratégicas
para todos os países e deve ser levada para,
além da ONU

Especialista em telecomunicações, o senador Walter Pinheiro avalia como “correta” a escolha dos foros internacionais para tratar desse assunto. Segundo ele, a espionagem envolve questões de defesa nacional e estratégicas para todos os países e deve ser levada para, além da ONU, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização dos Estados Americanos (OEA). Pinheiro defende a instituição de um amplo grupo de trabalho, envolvendo o Parlamento e Executivo do Brasil e de outros países, para discutir legislações internacionais, acordos, tratativas e um posicionamento para internet. Sem isso, argumenta o senador, não é possível resolver o problema.

“Não concebo essa tese de controle e regulação na internet, porque isso não tem como. Uma coisa é você estabelecer Marco Civil da internet para o Brasil, outra coisa é achar que vamos colocar tramela na internet. Primeiro que sou contra; segundo que, tecnicamente, é inviável”, afiançou.

Catharine Rocha
 

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