Diretor do Instituto Brasil nos EUA contraria oposição

Em audiência no Senado, Paulo Sotero diz que participação do Brasil em Mariel é porta de oportunidades

Diretor do Instituto Brasil nos EUA contraria oposição

 

Paulo Sotero: Empresas americanas são as
maiores fornecedoras de alimentos para Cuba

Distante da guerra ideológica que predomina na grande imprensa, o jornalista brasileiro Paulo Sotero, que dirige o Instituto Brasil, do Centro Internacional Woodrow Wilson, em Washington, frustrou o discurso oposicionista durante a audiência pública da Comissão de Relações Exteriores (CRE), na manhã desta quinta-feira.

O senador José Agripino (DEM-RN), que preparara o terreno para uma crítica ao governo, quis saber de Sotero sobre a participação do Brasil na construção do porto de Mariel, em Cuba – intensamente explorado pelos grandes jornais e adotado como discurso dos partidos de oposição como um mau negócio para o Brasil.

Para sustentar essa afirmação, argumentam, o Brasil investiu dinheiro em Cuba – o que é uma arrematada bobagem. O governo participou, sim, da construção financiando empresas brasileiras que participaram do empreendimento, assim como são financiadas as exportações de empresas de outros setores. De concreto, o investimento resultou na criação de 150 mil empregos no Brasil e o ingresso de US$ 800 milhões na balança comercial.

Sotero respondeu ao senador Agripino que o porto de Mariel, ao contrário do que vem sendo divulgado, tem grande potencial para atrair empresas dos Estados Unidos, quando for levantado o embargo americano à nação caribenha.

Respondendo a outra questão, feita pelo senador Aníbal Diniz (PT-AC), Sotero confirmou: a proximidade de Mariel da costa do estado americano da Flórida torna esse porto extremamente atraente para os empresários americanos.

“Hoje, mesmo com o embargo, as empresas americanas já são as maiores fornecedoras de alimentos para Cuba, respondendo por 60% dos produtos alimentícios importados pela Ilha”, lembrou o jornalista, destacando que a maior organização de comércio americana, a AmCham, é uma das defensoras mais entusiasmadas da suspensão do bloqueio.

O Instituto Brasil é o braço do Centro Internacional Woodrow Wilson responsável pelo estudo das relações entre os EUA e o nosso País. A instituição foi fundada em 1968, com sede em Washington, e faz parte da prestigiosa Smithsonian Institution. Além de seu diretor, Paulo Sotero, também participaram da audiência pública o subsecretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Antonio da Rocha Paranhos e o presidente da Câmara Americana de Comércio no Brasil, Gabriel Rico.

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