Rafael Nunes

Em entrevista ao jornalista Juca Kfouri, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), defendeu a mudança da lógica do sistema tributário brasileiro e a aplicação de uma tributação mais justa com cobranças maiores do chamado andar de cima. Isso, segundo ele, permitiria ao Estado ter uma maior capacidade de investimento e desenvolvimento de políticas públicas que beneficiem as pessoas mais carentes e ampliar as políticas de justiça ambiental em desenvolvimento.
“Justiça tributária é cobrar para o poder público fazer aquilo que é necessário para aqueles que tem menos poder aquisitivo e merecem ser tratados como cidadãos. O Brasil continua entre os dez países mais desiguais e entre os três onde há maior discrepância entre os mais ricos e os mais pobres. Então, é mais do que bem-vinda uma mudança na lógica tributária para fazer justiça tributária e justiça social e ambiental”, explicou.
O parlamentar também disse achar curiosa a reação daqueles que, segundo ele, estão acostumados a bater no governo Lula e no PT após a população levantar a bandeira em defesa da maior taxação dos super-ricos.
“De repente, se aborrece com o fato de colocarem uma bandeira no ar, a da justiça tributária. Ou seja, cobrar muito de quem tem muito, menos de quem tem menos e cobrar nada de quem não tem condição de pagar imposto. Daí, o chamado andar de cima se aborrece e diz que sempre se preocupou com o social. Não é verdade”, disse.
O senador ainda destacou a convocação das manifestações de rua realizadas na última quinta-feira (10/7) e afirmou que o país voltou aos “bons tempos de uma rua que defende aquilo que é do seu interesse”.
“Sempre digo que não existe Parlamento bom se a rua estiver fria. Ela [rua] de um jeito ou de outro. Pela pressão de quem tem mais poder econômico ou esquenta pelo grito dos que tem menos poder econômico e estão buscando um lugar ao sol. Estou bastante animado”, afirmou.