Educação e profissionalização pede a participação de todos – Por Humberto Costa

O desenvolvimento econômico e sustentável do País passa pela formação e capacitação de profissionais habilitados para desenvolver soluções inovadoras, operar máquinas e equipamentos de ponta, e elevar a produtividade da produção nacional. Por isso, é fundamental a articulação da sociedade, dos setores público e privado, em torno de várias ações envolvendo a melhoria da educação básica, a ampliação do acesso à formação universitária e a larga oferta de cursos profissionalizantes.

O esforço para vencer a batalha da educação no Brasil, e saltar décadas de atraso nessa área, é tremendo e exige a cooperação de todos os setores da sociedade. O Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Superior e Profissional, lançado em agosto deste ano, fortalece as políticas nacionais em torno dessa necessidade, sobretudo em virtude do acirramento da competitividade global.

Trata-se da terceira fase da expansão universitária e profissional, programa iniciado no governo do ex-presidente Lula. O Plano prevê a criação, até 2014, de quatro universidades federais, bem como a abertura de 47 câmpus universitários e de 208 unidades dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia. Ele permitirá a oferta de mais 250 mil vagas nas universidades federais e de 600 mil matrículas nos institutos federais de educação, ciência e tecnologia. Os números são expressivos, mas não basta nos atermos a essa análise quantitativa. A proposta está inserida nos novos paradigmas da educação de alta qualidade, dentro de uma tendência mundial de enfatizar também a formação técnica e profissionalizante. E responde à pressão da economia por profissionais em setores de alta tecnologia, como o de petróleo e gás e de telecomunicações.

Além de procurar atender aos desafios globais de qualificação profissional, o programa olha também para a realidade nacional e as diversidades regionais. Reafirma, portanto, a preocupação do governo da presidente Dilma com a qualificação dos trabalhadores nas diferentes regiões, contribuindo para a interiorização e melhor distribuição do desenvolvimento no País.

Para definir os Estados que receberiam câmpus universitários e escolas de educação profissional, o governo federal utilizou uma série de critérios como os baixos índices de desenvolvimento da educação básica e a porcentagem de jovens de 14 a 18 anos nas séries finais do ensino fundamental.

Na distribuição dos investimentos nos municípios, o governo da presidente Dilma levou em conta a universalização do atendimento aos territórios de cidadania, a alta porcentagem de extrema pobreza, os municípios ou microrregiões com população acima de 50 mil habitantes e os municípios com arranjos produtivos locais (APLs). Estive com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para tratar desse tema, mostrando os dados que qualificam Pernambuco para receber os investimentos. O Estado será contemplado com nove unidades de educação profissional e mais um novo câmpus, em Garanhuns, para a Universidade Federal Rural (UFRPE). Eles serão essenciais diante da nova realidade de expansão econômica que o Estado vive e permitirão oferecer as oportunidades para os pernambucanos crescerem profissionalmente e participarem desse novo ciclo de desenvolvimento do Estado e do País.

Os empreendimentos que chegam a Pernambuco representam mais emprego, maior renda, alavancarão mais investimentos na infraestrutura urbana, com reflexos nos setores de comércio e serviços. Mas esses resultados também dependem da capacidade de o Estado atender às novas demandas por trabalhadores. O Plano do governo é fundamental nesse sentido, permitindo o aproveitamento da mão de obra local e promovendo melhorias na qualidade de vida dos pernambucanos.

Publicado no Jornal do Commercio

To top