Educação é soberania

Educação tem que ser prioridade na agenda brasileira, diz Viana

“Temos que mudar o modelo que o Brasil adotou para a educação, fazer com que ele se reencontre consigo mesmo e possa seguir em frente”, diz o senador Jorge Viana (PT-AC)
Educação tem que ser prioridade na agenda brasileira, diz Viana

Foto: Alessandro Dantas

O senador Jorge Viana (PT-AC) defendeu nesta segunda-feira, 9 de outubro, em sessão solene em homenagem ao Dia do Professor, uma mudança radical na política educacional brasileira, sob pena de o país não avançar na construção de uma sociedade mais justa. “O país precisa disso, porque a nossa sociedade está se embrutecendo, está lidando com a intolerância, com o ódio, com sentimentos perigosos”, discursou, na tribuna do Senado.

Viana defendeu que a educação se torne prioridade na agenda política brasileira. “Temos que mudar o modelo que o Brasil adotou para a educação, fazer com que ele se reencontre consigo mesmo e possa seguir em frente, com data, dia e período marcado de nos livrar desta pecha de sermos um país que não tem a educação como prioridade”, disse.

Ele lembrou que, ao assumir o governo do Acre, no final dos anos 90, o estado enfrentava dificuldades no sistema público de ensino. “Havia 2 mil professores leigos no Acre – um estado com 700 mil habitantes. Todos os professores do Acre ganhavam menos de um salário mínimo – que era de R$120 naquela época – e tinham complementação salarial”, comentou. “Nós implantamos um piso, criamos um plano de cargos e salários, estabelecemos um currículo, mudamos a lógica de direção de escola”.

“E eu botei outra coisa na cabeça: o prédio público mais bonito, mais organizado, mais acolhedor da cidade, tem que ser a escola, para todo mundo admirar, todo mundo querer entrar, da cor ao ambiente do banheiro, da sala e de tudo”, ressaltou. “Nós conseguimos fazer isso, para ser atrativo, para dar vontade de ir. E o governador Tião Viana agora está começando a implantar escola de tempo integral para nossos jovens”.

Viana ressaltou que o Acre, na época, tinha os piores índices de ensino do país. Por isso, foi preciso promover convênios com a universidade federal para estabelecer uma nova relação com o magistério. “Os 2 mil professores leigos nunca tinham feito um curso, nunca tinham feito uma faculdade”, apontou. “O que eu fiz? Em vez de criar uma faculdade estadual, chamei a universidade federal, tive muita dificuldade para isso, e fizemos convênios, que, somados, deram R$ 70 milhões naquela época. Levamos a Universidade Federal do Acre para os 22 municípios do Acre”.

“Estou contando esses episódios, porque precisamos olhar um pouco, fazer a leitura dessa página para poder virá-la, essa página de um país que é tão bacana, tão bonito, mas que, nesses tempos atuais, está piorando muito”, lamentou Jorge Viana. “A violência contra as professoras e os professores no Brasil é chocante: 40% dos professores em São Paulo, Estado mais rico, dizem que já foram vítimas de alguma violência”.

O parlamentar agradeceu aos trabalho dos professores e professoras do Brasil. “Quero cumprimentar todos, especialmente do meu Estado – com todo o respeito aos demais –, que são heróis, trabalhando nos mais distantes lugares, nos ajudando a fazer com que a educação do Acre deixasse de ser uma referência negativa e passasse a ser uma referência positiva para o nosso Brasil”, concluiu.

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