Com a identificação biométrica, o eleitor poderá validar seu voto e terá até doze chances para comprovar sua escolha
Nesse último fim de semana, cerca de 1,5 mil eleitores participaram de uma simulação com as urnas biométricas em Curitiba (PR), o equivalente a 26,5% dos 5,9 mil convidados por correspondência pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Dos participantes, 78 pessoas, ou seja, 8% não tiveram as impressões digitais reconhecidas pelo equipamento.
A urna biométrica é uma evolução da urna eletrônica e tem uma tecnologia identifica o eleitor por meio de sua impressão digital no momento da votação
A fonoaudióloga Edna dos Anjos, de 64 anos, teve a impressão digital reconhecida depois de 12 tentativas. “Sou uma mulher invisível”, brincou ela dirigindo-se aos mesários. “Tenho a pele dos dedos muito fina. Trabalhei muito com pintura de quadros, usava muito solvente para limpar as mãos”, contou a fonoaudióloga, que enfrentou dificuldades para renovar a carteira de motorista no Departamento de Trânsito (Detran) do Paraná.
Os mesários das cidades que utilizarão as urnas biométricas nas eleições deste ano farão até 12 tentativas de identificação do eleitor, ou seja, três em cada dedo polegar e indicador, de ambas as mãos. Se não houver sucesso, o eleitor terá que ser identificado por meio de um documento oficial com foto.
“A ideia é acelerar a eleição, esperamos um processo de votação mais rápido”, disse o presidente do TRE do Paraná, desembargador Rogério Kanayama. “Estamos observando dificuldade na identificação das digitais das pessoas de maior idade.”
Kanayama lembrou que as seções eleitorais terão álcool em gel e lenços umedecidos disponíveis aos eleitores, itens que tendem a facilitar o funcionamento do leitor biométrico acoplado à urna eletrônica. “De qualquer forma, recomendamos que as pessoas levem seus documentos de identidade para votar.”
O médico veterinário Bernardo Mansur Shimaleski, de 25 anos, teve sua digital identificada após nove tentativas. “Demorou um pouco, imaginei que fosse mais rápido”, disse o veterinário. A professora Marlene Hoffmann, de 65 anos, teve mais sorte, pois sua impressão digital foi identificada na primeira tentativa. “Essa medida vai ajudar a combater as fraudes”, disse.
O servidor público Gérson Koch, de 61 anos, também não teve dificuldades para ser identificado. “É perfeito. Ninguém vai poder votar no lugar de outra pessoa”, avaliou Koch. “Isso poderia ainda permitir o voto em trânsito, em qualquer lugar.”
Urna biométricas
A biometria é uma tecnologia que confere ainda mais segurança à identificação do eleitor no momento da votação. O leitor biométrico acoplado à urna eletrônica deve confirmar a identidade de cada eleitor, comparando as impressões digitais com todo o banco de dados disponível.
O uso de urnas biométricas, que coletam impressões digitais, começou em 2007 com 42 mil eleitores, sendo ampliado para 1,1 milhão nas eleições do ano passado. A meta do TSE é recadastrar 10 milhões de eleitores até a votação de 2012 e concluir o recadastramento para as eleições de 2018.
Agência Brasil