Menicucci: “Sou de uma geração que transformou dor em luta”Durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH) que debateu “A Democracia e os Direitos Humanos com foco nas mulheres”, nesta segunda-feira (2), a secretária especial de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, defendeu o mandato da presidenta Dilma Rousseff como forma de preservação da democracia no Brasil.
Eleonora Menicucci, que durante a juventude combateu à ditadura militar, afirmou que a questão dos direitos humanos está intrinsecamente inserida na defesa da democracia. “Uma mulher que teve mais de 54 milhões de votos foi eleita e reeleita pelo voto soberano que é a conquista mais democrática que o povo brasileiro conseguiu desde o período pós-ditadura”, disse.
Para ela, não é possível aceitar que o ato da escolha de 54 milhões de pessoas, e também daqueles cidadãos que optaram por outros candidatos, não seja respeitado.
“Eu sou de uma geração que lutou contra a ditadura, entregou sua juventude na luta pela justiça social e pela igualdade e isso nos custou muito. Me custou, por exemplo, três anos de cadeia sob tortura e a tortura da minha filha que tinha um ano e dez meses. Isso me deu a dimensão do que seria a minha vida, a partir dali, na luta pela democracia e pelos direitos humanos”, disse.
A secretária ainda afirmou que, apesar de ser um golpe branco, sem a existência de armas de fogo, o processo que está em curso tem uma das armas mais poderosas existente: “a quebra da democracia”. “Este golpe tem data e está afrontando todos os direitos dos brasileiros”, emendou
O presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), durante a reunião, reafirmou a defesa da coerência e da justiça. Além disso, o senador disse ser absurdo que, nesse momento, queira se tirar uma presidenta eleita do poder e colocar em seu lugar “um outro time”.
“Basta olhar a ficha corrida dos articuladores do golpe que vocês verão para quem estamos entregando nosso País. No meu currículo, na minha história, a minha assinatura não vai avalizar isso”, enfatizou.
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