Bagagem gratuita

“Eles gostam de pobre”, afirma Bolsonaro ao admitir veto à emenda do PT

Humberto: “Essa decisão não é por conta do PT, é porque Bolsonaro atende a demanda do lobby das empresas aéreas”
“Eles gostam de pobre”, afirma Bolsonaro ao admitir veto à emenda do PT

Foto: Agência Brasil

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), teceu duras críticas a afirmação feita por Jair Bolsonaro na noite da última quinta-feira (30) quando disse que pretende vetar a gratuidade no despacho de bagagens aprovada na Medida Provisória (MP 863/19) por meio de uma emenda da bancada do PT.

“Minha tendência é vetar. Não é pelo autor ser do PT, não. Se bem que é um indicativo. Os caras são socialistas, comunistas, estatizantes. Eles gostam de pobre. Quanto mais pobre tiver, melhor. Gostam de pobre”, afirmou Bolsonaro ao justificar o motivo do veto e a manutenção pela cobrança nas bagagens em voos nacionais.

Para Humberto Costa, Bolsonaro tenta criar uma cortina de fumaça para esconder que sua decisão vira as costas para os anseios da população e resolve atender o lobby das empresas aéreas.

“A questão não é tão somente gostar de pobre. É defender os direitos do povo, dos pobres que hoje estão com muitas dificuldades para continuar a viajar, da classe média e dos próprios ricos que pagam taxas exorbitantes para despachar suas bagagens. O que Bolsonaro está escondendo é que essa decisão dele não é por conta do PT, é porque ele está atendendo a demanda do lobby das empresas aéreas”, afirmou.

Em 2016, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou uma resolução que dá ao passageiro o direito de levar na cabine uma bagagem de mão de até 10 quilos, mas autorizou as aéreas a cobrarem por bagagens despachadas.

Atualmente, bagagens de 23 quilos em voos nacionais e 32 quilos nos voos internacionais são cobradas à parte, com um valor adicional ao da passagem. Cada empresa estabelece o critério de cobrança e as dimensões das malas.

Ainda em 2016, o Senado aprovou um Projeto de Decreto Legislativo (PDS 89/2016) do senador Humberto Costa anulando a resolução da Anac. Mas o texto nunca foi pautado na Câmara dos Deputados.

Para o líder da bancada, caso Bolsonaro confirme o veto à emenda da bancada do PT, a saída será mobilizar a sociedade para derrubar o veto no Congresso Nacional e reestabelecer a gratuidade. “Com o apoio da população, tenho certeza de que haveremos de derrubar o veto e dar às empresas aéreas uma demonstração de que povo brasileiro não quer continuar a ser explorado”, afirmou Humberto.

 

 

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