A quarta edição da Caravana Lula Pelo Brasil terminou de maneira histórica nesta quarta-feira (28), na praça Santos Andrade, centro de Curitiba (PR), com um ato suprapartidário que contou com a participação de representantes de pelo menos cinco partidos.
Com o ex-presidente rodeado por admiradores, Lula conclamou a população a enfrentar a extrema-direita fascista e lutar pela democracia e por um País que retome o caminho do crescimento e da soberania.
Após um breve relato dos percalços enfrentados pela Caravana durante o seu deslocamento pela região Sul do País, o ex-presidente culpou a Rede Globo pelo clima de ódio instalado no Brasil.
“Não se conformam que quanto mais falam mal de mim, mais eu cresço. Isso aumenta o ódio deles. Alguns [jornalistas] ainda tentaram defender os ataques [contra a Caravana]. Mas depois que a imprensa internacional atacou os fascistas, a imprensa nacional recuou”, disse. “Não é brincadeira o que está acontecendo no País”, emendou.
O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ) disse que o momento pelo qual o Brasil passa “é muito sério” por ultrapassar o discurso de ódio alimentado durante anos pela grande imprensa.
“Começaram com a campanha de ódio durante o impeachment e continuaram nessa campanha de ódio contra o PT e o presidente Lula. A Rede Globo é a maior responsável por esse clima fascista no País. E só existe uma forma de reconciliar esse país. É respeitando a soberania do voto”, salientou.
Defesa de Lula e da democracia
Durante o evento, a deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) afirmou que a defesa do ex-presidente Lula e do direito soberano do povo brasileiro na escolha de seu próximo presidente são tarefas de todos aqueles que defendem a democracia. “O Brasil e o povo brasileiro vencerão o ódio e o fascismo”, disse.
Já Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e representante do PSol, sugeriu a criação de uma frente de esquerda para enfrentamento ao fascismo que cresce no País.
“Essa gente já passou de qualquer limite. Estão plantando a perigosa semente do fascismo. Nossa tradição não é a da intolerância e do pensamento único. Temos nossas diferenças, mas elas não vão nos impedir de sentarmos e discutirmos a construção do País. Não se conversa com o fascismo, se combate”, enfatizou.
Defesa da presidenta nacional do PT
Ao final do evento, Lula convocou as mulheres do Paraná a defenderem a senadora Gleisi Hoffmann dos ataques misóginos que ela tem sofrido nos últimos tempos. “Se vocês não defenderem essa mulher, cada vez menos mulheres terão coragem de entrar na política”, destacou.
Confira demais manifestações feitas durante o evento:
Senadora Regina Sousa (PT-PI), líder da Oposição no Senado
Depois daqueles tiros que não atingiram só os ônibus, que atingiram a todos nós, tínhamos de vir aqui passar força e dar um abraço no Lula. Somos um povo sem medo. Não vamos nos encolher. Somos movidos à coragem, esperança e alegria.
Senador Humberto Costa (PT-PE)
Vamos dar um basta naqueles que provocaram essa onda de ódio, a exemplo da Rede Globo. Ao contrário de alguns poucos, o povo de Curitiba, do Paraná e da Região Sul deu exemplo de luta em defesa da democracia.
Senador Paulo Rocha (PT-PA)
Venho trazer a força do povo do Pará e a energia do açaí, além da força da classe trabalhadora do Pará frente ao grande latifúndio que mata e elimina nossas lideranças. Como é bom ver essa militância de punho para cima, sem recuar um milímetro na luta. Como é bom ver os companheiros do PSol, PSB e PCdoB aqui. Só a nossa união vai colocar os fascistas em seu devido lugar na história. Não ousem duvidar da nossa capacidade de luta.
Senador Lindbergh Farias (PT-RJ)
O que está acontecendo é muito sério. Não é só discurso de ódio, é uma escalada fascista. Não vemos cenas como essa desde a década de 70. Vi um jornalista da Globo perguntando como chegamos nesse ponto. Eu respondo: Foi construído com violências políticas, jurídicas e midiáticas. Começaram isso com a campanha pelo impeachment e continuaram com essa campanha de ódio contra o PT e o presidente Lula. A Rede Globo é a maior responsável por esse clima fascista no País. Só há uma forma de reconciliar esse País. É respeitando a soberania do voto.
Senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidenta nacional do PT
A nossa Caravana é um sucesso que se confirma com esse evento suprapartidário em defesa da democracia. A democracia deve ser defendida por todos que acreditam na justiça social. Não é só um ato de encerramento da Caravana. É um ato histórico de defesa do estado democrático e do Brasil.
Presidenta Dilma Rousseff
Queremos a ampliação da democracia. Democracia plena que garanta oportunidades para todos.
Juliano Medeiros (presidente nacional do PSol)
Esse é um ato histórico. Um momento em que a esquerda deixa de lado suas diferenças para defender a democracia.
Senador Roberto Requião (MDB-PR)
Tínhamos um país respeitado no mundo e na América Latina. Mas veio o golpe parlamentar que retirou direitos. E na próxima etapa do golpe estão tentando encarcerar a esperança. Mas a verdade é só uma: a esperança do povo não pode ser encarcerada.
Senador João Capiberibe (PSB-AP)
Precisamos de unidade. Temos de unir o povo brasileiro nessa luta contra o fascismo. Trago uma mensagem de solidariedade ao presidente Lula e de repúdio aos ataques contra a Caravana. Eu sempre estarei presente nos momentos em que a democracia brasileira estiver em risco.