Em conversa com jornalistas, presidenta falou de economia mundial, relação com Lula, reforma administrativa e operação Lava Jato e também sobre a reforma administrativa planejada pelo governo federalA presidenta Dilma Rousseff afirmou, em entrevista aos jornais O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, publicada nesta terça-feira (25), que errou ao ter demorado para perceber que a situação econômica era mais grave que a imaginada. No entanto, ela também saiu em defesa das políticas adotadas em 2014, como forma de preservação de emprego e renda.
“Talvez, tivéssemos que ter começado a fazer uma inflexão antes. Não dava para saber ainda em agosto. Não tinha indício de uma coisa dessa envergadura. Talvez setembro, outubro, novembro”, explicou a presidenta.
De acordo com Dilma, o governo federal, no ano passado, sustentou os investimentos e a taxa de juros de 2,5% ao ano; manteve a desoneração da folha de pagamento no valor de R$ 25 bilhões; e concedeu subsídios para todos os empréstimos de longo prazo realizados no Brasil.
Apesar disso, para a presidenta, o pessimismo em relação à economia brasileira é ”um perigo”. “Acho um perigo pessoas serem muito pessimistas em relação ao cenário. Uma das forças em relação à economia é a expectativa. Então, não dá pra ficar plantando o quanto pior, melhor”.
Sobre a economia internacional, a presidenta disse acreditar que o futuro é “imprevisível”. Ela lembrou a queda do preço do barril do petróleo de US$ 105, em abril, para US$ 43, atualmente.
Durante a entrevista, Dilma voltou a reforçar que as relações com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são “as mais próximas”. “Quem tentar me afastar dele, não conseguirá. Mas botar bomba no Instituto Lula, fazer aquele boneco é um desserviço para o País”, disse.
Para a presidenta, a atuação do vice-presidente Michel Temer na articulação política foi um “sucesso”.
“Temer tem sido de imensa lealdade comigo. Nós tivemos uma primeira fase da articulação política coordenada pelo Temer. Qual é o resultado dessa fase? Um sucesso. Conseguimos aprovar as medidas do reequilíbrio fiscal. E estabelecemos uma relação com o Congresso”, falou.
Reforma Administrativa–
De acordo com a presidenta Dilma Rousseff, o governo federal trabalhará para racionalizar a máquina pública e também cortar gastos. Em coletiva de imprensa na segunda-feira (24), o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, informou que o governo estuda cortar 10 dos 39 ministérios atuais.
“Tem ministério com número de secretarias que foram sendo ampliadas ao longo dos anos. Então, agora, vamos passar todos os ministérios a limpo”, garantiu a presidenta.
A presidenta explicou que a redução das pastas ainda está em discussão e que também passará por consultas à sociedade. A intenção do governo é ouvir os segmentos empresariais afetados pelas mudanças.
Lava Jato
A presidenta disse ter sido pega de ‘surpresa’ com o escândalo na Petrobras e também lamentou o caso. “Lamento profundamente! Posso falar uma coisa. Sou a favor de uma coisa que o Márcio Thomaz Bastos (ex-ministro da Justiça, morto ano passado) dizia. Não esperem que sejam as pessoas a fonte da virtude. Tem que ser as instituições. As instituições é que têm de ter mecanismo de controle. É muito difícil. Integra a corrupção o fato de ela ser escondida, clandestina e obscura”, avaliou Dilma.
Além disso, ela defendeu a autonomia das investigações em curso no Judiciário e na Polícia Federal e Ministério Público.
“Ninguém pode chegar à Presidência e olhar para processos de corrupção como uma coisa pessoal. Só pode olhar e ver que o país deu um passo e foi para frente. Agora, sou a favor, em qualquer circunstância, do direito de defesa. É isso que torna a democracia forte”, explicou a presidenta.
Da Redação da Agência PT de Notícias